sábado, 26 de setembro de 2015

Tentativas de amor

 
Você quer e eu também
Somos humanos
Vem, não tenha medo
Acalme. Deixe eu lhe beijar
Deixe eu lhe chupar
Vai
Ah essa boca!
Esses dentes lindos que acho
Ah esses olhos!
Que saudade vou sentir
Jamais me tocaram assim
Jamais alguma boca me fez isso
Me abocanhou
Me masturbou
Me fez gozar assim
Vem, não tenha medo
Você quer e eu também
Me dê essa bucetinha linda
Cheirosa, apertada
Boa de foder
Atrevida, safada
Deixa eu comer
Vai
Ah essa bunda
Esse seu jeito doce
Menina engraçada
Mulher tarada... nunca vi assim
Ah essa voz
Quanta saudade sentirei
De nós...
É, eu não soube lhe amar
Mas deixa, vai
Só hoje, pra eu lembrar dos tempos bons
Deixa eu tentar voltar.

Rômulo Andrade 

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Encontro


Pus o meu melhor perfume 
Nesta noite, amor.
Vesti a mais linda lingerie
Rendada, pretinha, quase transparente.
Pus meu salto
Meu batom vermelho
Anéis nos dedos
Um sorriso ardente.
Sim, estou carente.
Nesta noite trouxe comigo
A vontade de te dar
Este cheiro que trouxe na pele
E o prazer de me desnudar.
Trouxe o desejo incessante
De te encantar.
Retirei os pelos de excesso
E a deixei lisinha
Para que tua mão, enfim,
Passeie por sobre ela
E a massageie tão bom como fazes.
Em mim quero que te repares
Das vezes que nada amou.
Preparei-a pra te dar à boca
Faminta
E à tua vara linda
De onde quero o sabor
A temperar-me inteira.
Sim, eu vim porque
Não mais faz sentido
Postergar nossa libido
Que explode ao olhar.
Quero dar
Quero dar a ti meu corpo inteiro
Superar os medos
Gozar.
Sentir profundamente teus intentos
E teus dedos a me tocar.
Sentir o vigor de tua língua
A sugar todo prazer
A deixar-me entorpecer
De toda essa glória final.
Sim, amor, vim porque
Afinal
Meu sexo chora a solidão
E a falta de carinhos.
Quero dar-te as pétalas em delírio
E que em mim te recolhas
Após visitar-me em perdição.

Gabriela

Penetração


Penetra-me nesta hora de quietude
Onde meus poros refletem então
Faça-os despertar da embriaguez
E os ponha a viver este suor que escorre
De amor que se move
A solavancos de prazer.
Penetra-me docemente
E também valente
Em que teu pênis escorrega bem
Entre as entranhas molhadas de mim.
Rega-me.
Sem ter porquê.
Leva-me aos queixumes de quem
Nesta hora morre um pouco de amor
E vive mais entre os mortais,
Venha de onde estás 
E sem mais delongas 
Acometa-me de te encontrar
Volvendo-me em abraços
Nus em desenlaço
Desta intimidade.
Com amabilidade e sedução
Em deliciosa
E inescrupulosa penetração
Carrega-me em teu corpo
Para viajar  neste consolo
Incomparável que é o sexo,
O sexo de profunda excitação.

Gabriela

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Cisão


Éramos até certo tempo um só
Forjávamos juntos o futuro
Cantávamos juntos um sonho
Até certo tempo tão apegados
Tão carinhosos e apaixonados
Sentindo toda a bonança do amor.
Mas certa feita acabou
Foram morrendo as poucos teus doces
Presentes de chocolate
Beijos de bom dia
Carinhos gratuitos.
Acabou e foram morrendo o nós juntos
Foi-se a cada canto da casa um de nós
Distantes, a sós, experimentando a cisão
Essa cisão que corroeu por longos anos
Os laços bonitos que amarramos
E foram eles se dilatando, quebrando,
Foram eles me distanciando
Jogando-me em paragens alheias
A sonhar sonhos sem você
Foi morrendo o prazer
Embebido de solidão
Embriagado a muitos nãos
Vivendo à falta da paixão
Caindo no abismo de várias crises.
Enfraqueceu o beijo, o abraço,
A cama quente, o afago.
Nasceu a inércia de nós
A indiferença que nos marca hoje.
Nossos corpos se conhecem tanto
Mas se entranham tanto e não se chamam
Mas se negam, se observam 
Sem qualquer reação.
O amor de antes, meu querido
Virou amor amigo
E nossa cama não tem mais fogo
Água enfim veio acalmar
Por isso mesmo, e só por isso,
Não quero mais continuar
Quero apartar esses lençóis que nos cobrem
E decidir os espaços de nós,
Um teu, um meu
Um caminho, um outro
Assim será justo e belo
Poder amar de novo e sem medo
E sem dor.
Entenda, acabou.
Deixe-me livre, meu ex amor.

Gabriela

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Amar é bom



Amar é bom
Tão bom e eu quero
Em doses homeopáticas
Em gotejamento constante.
Tão bom é amar
E possuir as intimidades 
Daquele que se deixa dar
E dar um olhar de convite
Um beijo que imprime
Um suspiro que rosna
Uma mão sem lugar
Tão bom é amar.
E é tão bom ter alguém
Pra entregar seu corpo
Pra perder os medos
Gargalhar de prazer
Gemer risinhos de gozo
Não conter o entorno
E de amor se perder
É tão bom ter o carinho
Que eu quero muito e agora
Em doses homeopáticas
Sem  demora
Pra de amor me fazer.

Gabriela

Dias opostos



Uma hora dessas da vida que corre celeremente
De um dia desses que a gente esquece
Pretendo acalmar meus sonhos
Em tua carne
Em tua língua
Quero fazer do dia um oposto dos outros
Que não se esqueça nem a hora morra
Quero rasgar todas essas roupas
E nua, lívida, crua
Poder sentir varar-me sem dó
Sem dó, a sós
Compondo rimas
Numa cama não mais vazia
E por essas horas terei na palma
O membro
A calma
E na boca... nas escondidas matas
Terei o orvalho a irrigar
Fielmente, a pontuar meu céu
Peito a peito... boca e saliva
Língua indigna, mas corajosa
Fará veredas pelo pescoço
E então sentiremos o gosto
Do suor de amor
Da pele em furor
Ativando assim os encantos em ais
Gemidos claros e sempre mais
Sempre mais...
Varando,
Comendo
Corroendo o que não vive só
A flor e o falo
Afogados no orvalho
Do amor sem dó.


Gabriela

Cheiro no cangote


Um cheiro bom quero sentir
De invadir alma e povoar
Construir casas perfumadas
E em minha mente se demorar
Se demorar por toda pele
Toda ânsia e palpitação
Cheiro do outro... cheiro de gente
No cangote, impertinente
Apoderando-se da imaginação
Quero cheiro de cantos escondidos
Pouco visitados, mas pervertidos
Cantos que permitam uma viagem
Longa e inevitável
Que vem surgindo devagar pela boca
E vai extravasando os caminhos à toa
Que levam aos lugarzinhos cheirosos
Do corpo
Do outro
E eu me perderia em sensações
De carne toda a tremer
De olhos todos a não ver
Mais que estrelas
Essas que brilham
Após as queixas de dor, prazer e tentações.

Gabriela