quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Interceptação



O amor interceptou meu caminho                      
Olhou em meus olhos e fez beleza                      
Era a beleza da tua pele                      
Assim branca, assim vermelha                      
Era a beleza da tua face                       
Eram as tuas doces facetas                      
De quem sabe amar                      
De quem beija bem                      
De quem vem cuidar                      
De quem carinho tem                       
O amor encarnado de você                      
Interceptou meu caminho                      
E me fez ver
Que as escolhas não tem lastro no coração                      
Elas são                      
Apenas são                      
Não existe qualquer legislação                      
No irremediável ato de amar                      
Amar é de todo se doar                      
Do jeito que é possível                      
Às vezes incompreensível                      
Às vezes solução                       
É ver nos teus olhos os meus olhos a te olhar                      
É ter teu gosto na boca                      
A me saciar                      
Esse amor que me trouxeste nas mãos                      
Mãos de flores e emoção                      
Mãos de poemas e satisfação                      
Quando me tocam e fazem sonhar                      
O teu toque único                      
Sem igual no mundo                      
O teu beijo bom                      
Tão doce e puro                      
O teu corpo que é meu                      
Em momentos escusos                      
Inventados, forjados na proibição                      
Amar você é paixão                      
Que explode e também acalma                      
Que me queima e no revés me trata                      
Teu amor é minha interceptação                      
Que no caminho, distraída                      
Eu vi trazer impulso à vida                       
Mesmo sem haver saída                      

Mesmo sem avistar estação.

Gabriela

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Meu ex eterno amor


A dor que rasga minha alma
É a dor de tua falta
Meu amor, meu grande amor
Meu inteiro que se desfez
Meu paradeiro se foi de vez
Para onde a vista não vai
Eu não te vejo, eu não te tenho
Nem sinal de sua beleza
Nem réstias de tua existência
Sem você eu me invento
Mas sigo sem destreza
Porque é a ti que quero
É por ti que espero
É em ti que penso
Nas lágrimas que despejo
Que choro em desepero
Por não te sentir mais tão meu
E não sei como posso amar tanto
E suportar tanta solidão
Tanta saudade de ti por perto
Em todos os dias quando desperto
E a conta da perda chega a mim
E me esclarece que tudo, tudo
Já há muito se perdeu
Nos nossos caminhos tortos
Nos nossos peitos em remorso
Nos nossos corpos
Que a distância
Maltrata, e mata, e perfura
Amarga, controla e machuca
Ignora,
Esquece
Isola
O meu ser do teu.
Te amo e quero dizer de novo
Olhando fundo no teu olho
E um beijo quero ter mim
Eu te amo, eu te amo tanto
Que nesses momentos chove meu pranto
E o desejo de que volte para mim.

Gabriela

terça-feira, 27 de setembro de 2016

É bom amar


O amor é bom
Quando a pele aceita a outra
Tão fácil e sem fórmulas
Quando a única norma 
É o desejo implacável
Que alvoroça os controles
Quando o novo amor surpreende
E supera os antigos amores
E suas dores que vieram junto.
O amor é bom
Quando os olhos se casam
Passeiam um por dentro do outro
E entendem suas intensões
Qando depois fecham
E se inundam de sensações
Quando nesse instante
As bocas se provam
E se aprovam
E se demoram em seus beijos
Que ativam o espírito todo
E o corpo todo
E tudo em quanto.
O amor é bom quando não há regras
Se é a primeira ou a últma vez
Mas quando se quer
Quando se percebe que ali
Naquela hora que deve ser
E cada um se entrega
Se embebe do sabor alheio
Se vê sem freios
Permite o prazer
Que é tão bom
Tão bom e benfazejo
Alivia as tensões 
E traz novos ensejos
Uniões duradoras
Ou encontros passageiros
Mas o amor é sempre bom
Não se pode negar
Se um e outro querem
É preciso amar
E amar
Não desamar
Não malamar
Sempre amar.

Gabriela

domingo, 18 de setembro de 2016

Moça bonita


Moça bonita
De encanto e leveza
Mas quanta beleza
Pela qual quero percorrer
Sentir tua pele alterada
Tua voz embargada
Tua boca trêmula
Tua essência exalando
Tuas mãos a tremer
Gosto de te olhar admirando
Nesses teus instantes 
Em que procuras a ti mesma
Após teres sentido o amor 
Trazido no meu corpo
E que desnudei e te dei
Gosto de ver teus olhos
Vagos... distantes
E o sorriso pequeno e doce
No canto da boca
Sorriso de quem gostou
De quem amou
E abriu os portões do prazer
Moça bonita, quero mais te ter
Quero mais rever teus movimentos de descontrole
De quem cata finos amores
Para poder viver.

Rômulo Andrade

domingo, 11 de setembro de 2016

O abraço dele


O abraço dele é laço
Laço apertado e afago
Um beijo de braços
Um carinho acochado 
Um sentimento de pele
Um no outro guardado
Uma dor de leve
Uma cura de saudade
Carinho, felicidade
Amor que não fere.
Do abraço gostoso
Eu tenho o corpo
O corpo dele todo
Na minha cama
Toda despojada
Cheirosa e ajeirada
Para receber o que se despe
O meu corpo
O corpo dele
Tudo que se mexe
E faz amor
Faz amor
Emerge
Ah meu doce amor
Meu doce amigo
De ti eu quero mais
O teu cheiro grudado na mão
Teu gosto ensopado na boca
Teu membro generoso em ação
No meu ser que se entrega à toa
Ah meu doce rapaz
A saudade me vem à existência
E a solução é tua beleza
Despida inteira para mim.

Gabriela

terça-feira, 30 de agosto de 2016

O tempo não volta e que pena


O tempo não volta e que pena
Que enorme insatisfação invadindo
Aqui este peito só
Que só aperta 
E não expulsa a flecha
Que se encravou
O tempo não volta e que pena
Pois que não posso 
Desfazer o que foi feito
Desdizer o que foi dito
Desbeijar teus lábios
Desenlaçar os abraços
Fechar os olhos apaixonados
E retomar para dentro de mim
Todo o prazer que despejei sobre ti
O tempo não volta e que pena
Pois acho valeria a pena
Não te olhar como te olhei
Não ter nada visto
Aberto portas e janelas
Não ter sentido
E preparado a cama pra te receber
E quem dera
O tempo voltasse 
Pra que eu negasse amar você
Mas que destino
Que sina essa minha
Entreguei tudo o que tinha 
Entrevendo sorte
Dei o mais secreto dos meus dotes
Fui e voltei tantas vezes
Beberiquei do teu amor partido
Entregue e sem abrigo
Mas que sina
Que destino.

Gabriela

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Ave de rapina


Há consciência em mim
De que vieste como águia de rapina
E na noite minha entraste
Faminto
Caçador
Buscando  fácil amor
Rápido
Gostoso
Voador
Teu encontro em mim
Esse encostar de pele
Efêmero como o vento
Que circula no espaço
Fácil
Rápido
Conquistador
E em qualquer cama me impele
Com palavras pequenas ao ouvido
PermitiVou permitindo o corpo isso viver
Sem correntes
Sem endereço
Sem definição
Apenas atração
Por querer
Noite que se apaga
Que os dias comem
Noite deitada em cama redonda
Refletida no teto
Noite de insônia
De banho conjugado
De lugar pago
Fácil
Rápido
Só pelo prazer de estar
E conectar os corpos
Sem alma
Só do apelo da carne
Que a monotonia da semana
Pôs a comportar-se
Leva-me, ave
De rapina, me cace
Sem céu
Me ataque
E sim, 
Faça-me voar e viver.

Gabriela

Tua mão enfiada


Deixa a mão enfiada
Com gosto e ímpeto
Nesses meus redutos de amor
Cativa
Futrica entre mim
Esses teus dedos grossos
Que me seduzem
E escrecem poemas
Eróticos em minha pele crua
Nua
Exultante
Deixa tua mão amante
Solucionar minhas dores
Minha solidão
E me toca
Me solta
Masturbação
Serei tão logo
A mulher que desfalece e treme
Geme
Se contorce em nervos loucos
E suspiros afoitos
De inquestionável paixão
Ai, amor
Ai, amor
Enfia a mão

Gabriela

sábado, 13 de agosto de 2016

Abandono


E de repente eu me vejo outra vez
Inundando-me em lágrimas
Que despencam da face
Pelo queixo
E devagar vão chegando aos seios
Que outrora beijaste
De repente sinto com se a alma
Fosse abandonar-me
Tal e qual fizeste a mim
A dor de tua lembrança
Rasga a esperança
Que sangra
E não vê mais caminho algum
Mais um dia sem ti
Mais um dia sem a noite pra te amar
Pra que eu me deleitasse
Na doçura de teus carinhos
E na grossura de teus toques sensuais
Mais uma hora sem tua voz
Sem teu corpo e tua boca
Que me guiava ao completo prazer
De repente... outra vez
Minha nudez
Refletida no espelho é uma sombra
Uma sobra daquilo que deixaste
Depois de sugar meu amor
Poderias ter sugado tudo
Nada deveria ter ficado
Para que essas lágrimas 
Não me incomodassem mais
Poderias ter ido embora
E contigo levado teu nome
Teu cheiro
Tuas roupas
Tuas tatuagens em mim
E me deixasses nua até
Mas sem as memórias em minha pele
Sem tua presença
Tua essência e teus passos
Porque a cada imagem tua
Que me chega à mente
Eu revivo as cenas de amor
Tão intenso entre nós dois
Amor sem depois
Sem promessa
Sem paradeiro
E eu me vejo ainda
Deitada sobre teu peito
Ofegante de te amar
Ainda respirando afoita
O ar que nos sobrava
Me enxergo nua
Sentindo tua proximidade por trás
E teus beijos na nuca
Ah... é por isso que choro
E rego os seios despidos
E minha tristeza altiva.

Gabriela

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Sensualiza, menina


Sensualiza, menina
Que disso eu gosto
Que me mostre os lindos peitos
E me negues o toque
Aprecio
O difícil
Impossível
Teu corpo inatingível
Que carrego na mente 
Feito fórmula que se aprende
Feito delírio em cortes.
Sensualiza, linda
Que eu gosto de alterar-me
Ao imaginar tu a dar-me
Sendo mulher em mim
Rebelando esse teu corpo cheio
Revoltando os lábios vermelhos
Eriçando os bicos dos peitos
Apontados a me atingir
Sensualiza, que eu te quero
E planejo te conquistar
Teus vinte e poucos anos
Eu quero aventurar
Te esquentar o espírito
Apresentar o que trago comigo
Meu carinho
Meu vinho
Meu amar
Sensualiza, minha moça
Que logo comigo estará. 

Rômulo Andrade

Se me deixas só


Se me deixas só
Meu corpo se lembrará de ti
Tua falta doerá
Mas de repente virá o esquecimento
A morbidez
O tanto faz
O costume
Sabe, amor?
Quando a gente ama a gente trata
De a distância encurtar
De os passos apressar
De o tempo diminuir
Quando a gente ama
Não deixa o outro na espera
Numa eterna espera
De dias tão longos
Quanto os quilômetros que nos separam

Se me deixas só
Um espaço é permitido criar
Para que outro amor venha e se faça
E se demore mais que o teu
E diga mais palavras que tu
E até mesmo demonstre mais atenção
Interesse, achas que não?
Se me deixas só
Minha cama se arruma e fica
Semanas a fio a te esperar
Minha pele se perfuma e fica
Quase um mês ou mais
Na ânsia de te amar
Mas olhe
Logo tudo isso passa
Porque o frio chega
E aquieta a paixão
Que tão quente se sente
Em tua presença
Mas tão insensível se torna
Nos teus prazos sem fim
Achas que não?

Se me deixas só
Há de ficares só
Sem mim.

Gabriela

Amor, não economize amor


Não economizes, amor
Nos carinhos que te peço
Eu digo que quero
E realmente quero
Que te demores
Nos meus lábios
E deles desmembre o mel
Eu digo que quero mais
E realmente quero mais
Que prossigas
Que me sintas
Nesse descontrole de pernas
Que me deixas haver
Beije-me, amor
Mais, amor
Não pare
Eu quero que prolongues
Essas carícias em botão
E desejo que desabroche
Vermelho, aflore
Em que eu perca a razão
Quero sim que me desloque
Que me desmonte em tua boca
Em ti vou me orvalhar
E gemer e gritar
Louca, linda e solta.

Não economizes língua, amor
Saliva, amor
Tempo.
Não economizes
Não economizes
Eu te peço.

Gabriela

Bela fêmea


A bela fêmea deve amar
Ainda quando seus seios tão rijos não sejam
Deve dar-se ainda quando a pele seja tecido fino
E a juventude tenha ido deitar-se a dormir
A bela fêmea
Deve amar para manter o brilho
O viço da boca
O olhar vivo
Deve amar porque é sempre possível
Deixar o corpo sentir 
O que a alma quer
Deve ser beijada
Abraçada
Possuída sem meios tons
Deve anda enfeitar-se
Encarnar-se de batom
Ainda em salto se equilibrar
A bela fêmea
Não precisa de nada mais que amar
Só amar
Na liberdade de quem conquistou a vida
Na certeza de quem já perdeu as dúvidas
Na intensidade de quem já amou demais
Na beleza de quem não nega paixão
E dela eu vejo a pele de novo tremer
Ouço ainda os gemidos de prazer
O entregar-se
O ser mulher
Na nudez de minha razão
Que a percebe linda
Reluzente
Sólida ao derreter-se
No meu coração.

Rômulo Andrade 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Acalanto ao rei


Eu quero em minha boca
O teu gosto mais íntimo
Quero a língua deslizar sobre ti
Quero teu falo molhado e rijo
A preencher o céu
Do meu mundo carmim
A saliva aquece
A saliva umedece
E teu prazer é bonito de ver
Teus sussurros de leve
Tua face enrubesce
O teu corpo inteiro refém vou fazer
E te guiar com meus beijos
E minhas mãos a te tocar
Massagear tuas pernas
E tua pele desperta
Vou em ti me acalmar
Vou a ti acalentar
Amar como sei
Tratar-te como rei
Que desejo governar.

Gabriela

domingo, 31 de julho de 2016

Minha pequena


Como é doce esse amor
Minha pequena
Como é delicioso explorar
Teus singelos sorrisos
E me espelhar 
Nos teus olhos tão negros
Como há encanto nesse
Aspirar demorado
Que perfaço em teu pescoço
Tragando teu perfume
E de gosto
Enlaço minhas mãos nas tuas
E num abraço
Esse amor se aconchega
E acha ninho
Na nossa cama
Imune
De lençóis tão lisos
Quais logo logo
Se porão no chão
Pois expulsos por nossa dança
Em frenesi
A noite inteira
Eu em ti
Eu mergulhado em teus beijos
Embaraçado em teus cabelos
Apaixonado...
Apaixonado
Por cada suspiro ou grito
Que ecoa de teu prazer
Em mim, o teu desfalecer
Incontrolável e ao mesmo tempo
Tão puro
Que encanto!!
Que sonho te ter tão minha
Como se o amor fosse teu alimento
E o amor fosse teu alento
E teu abrigo
Tua esperança
Tua bonança
Tua alegria constante
Tão bom te amar, pequena
Tão bom me ver senhor 
Desses teus ais
Desses teus movimentos soltos por cima
E por baixo tão presos
Apertados... deliciosamente desejados 
Por meu membro que te quer
Que te ama
Que te recebe sem receios
E sem regras
Como é rico te amar
Minha pequena
Como é lindo te amar
Minha pequena
Minha flor tão bela
E rara.

Rômulo Andrade