quarta-feira, 25 de maio de 2016

Gruta


Por que me negas?
Por que escondes?
Por que o medo?
Por que não me entregas?
Por que manter-se longe?
Eu quero o cheiro 
Dessa flor aberta
Dessa gruta linda
Em lagos desperta
Quero ela
Ela eu quero
Me dê, moça
Não me deixes, moça
Nesse desejo imerso.

Tenho a ânsia
De te lamber intenso
E no clitóris me demorar
Essa ânsia, sim eu tenho,
De todo o mel
De ti sugar
E ouvir teus gemidos
De um orgasmo bem tocado
Pela boca ecoado
E pela gruta derramado
Tanto tanto tanto
Que a cama quero ver rio
E tua pele, calafrio
E teus pêlos, desespero
E teus cabelos, desalinho
E teus olhos, neles mesmos
No infinito cerrado.

Moça,
Não guarda esse lugar
Da minha visita
Deixa que nele
Eu ponha a língua
Que te quer tanto o sabor
Deixa eu ir e vir 
Do jeito que é certo
Para que o céu chegue mais perto
E teus gritos eu possa ouvir
Te colocando em torpor.

Deixa que eu adentre essa gruta
Minha moça,
Deixa teu prazer eu alterar
Deixa teu humor eu felicitar
Deixa que eu te deixe gozar
Na minha boca desaguar
Na minha face não se conter.
Banha-me. 
Encanta-me
Deixa ela eu sorver.

Rômulo Andrade

Ritual pagão


De pecado nos fazemos
Pelos relógios da madrugada
Em tua cama nos comemos
De boca esfomeada
Em teus lençóis nos desmontamos
Pelos tapetes gozamos
E nessas horas dadas
Um no outro nos damos
Ritual pagão
Melodia e canção
De quem permite paixão
Voar na noite calada
Sob a  melodia de ais  
Na meia luz que se faz
E ao toque grosso
De nossas garras.
O fôlego é bem fraco
Quando na tua abertura
O falo
Resolve se redimir
De pecado nos fazemos
E com fome
Nos comemos
Sem nada mais medir.
É teu sabor que minha fome quer
São teus fluxos de mulher
Que matam minha sede
É mesmo em qualquer lugar
Que me permito te amar
Cama, chão, parede ou mesa.

De pecado nos fazemos
E com fome nos comemos
Basta apenas que me queiras.

Rômulo Andrade

domingo, 22 de maio de 2016

Dorme no teu lugar a saudade


Essa saudade imensa, amor
O que faço com ela?
Ela teima e não me deixa
Para além
Caminhos longe
Ela teima e comigo deita
No teu lugar se põe e dorme
Incomoda
Chega a doer
Maltrata
Saudade dos momentos 
Em que me amavas
E me tomavas como parte tua
Em teus braços
Me acomodavas nua
E de mim cuidavas em tuas mãos
Com carinho nos olhos 
Era a mim que miravas
Com molhado nos lábios
Era a mim que beijavas
E era bem perto de minha alma
Que ressoava teus sons de amor
E teu prazer
Era em minha pele que banhavas
Com teu suor
Era em minha cama e em meu chão
Que derramavas de ti o melhor
Os teus gozos intensos
Os quais em mim espalhavas
Com delicadeza e sensualidade
Em meu sexo 
Massagem
E após...
E após...
Nos seios e nádegas sensíveis
Tuas mãos iam de amor
Bem lisas
E me rodeavam.
Era nos meus olhos que olhavas
Era em meu corpo que encaixavas
Tão bem e sem deslizes.
Por isso, amor, a saudade
Essa persistente saudade
Que não vai embora,
Que se demora
No teu lugar se acomoda 
E me deixa infeliz.

Gabriela


sábado, 14 de maio de 2016

Tal paixão inevitável



Permito-me muitas horas ao teu lado
E nos teus braços
Me deixo cair de amor
Deixo-me ir em pecado
E de nada lembro ao redor
Não lembro dos princípios
Do nome, nem do medo
Deixo apenas fluir o desejo
Largo-me no calor de tua boca
Largo-me na largura de teus braços
Largo-me nas palavras sem laço
Vou contigo nas horas
Feito louca
Tal paixão sem jeito.
E tenho nesse tempo
A sensação de me perder de mim
Ao te sentir me consumir
Com fome grande
Tendo-me encostada às paredes
A beijar-me e a deter-me
E nos braços me carregar
Arrancar-me o vestido frouxo
A mão pondo-se a investigar
A entrar nos meus lugares íntimos
E lá também indo beijar
E eu tenho tua língua rápida e intensa
A saborear minha sensibilidade
E eu te dou permissividade
Minha licença
Pode beijar, chupar à vontade
Pode tudo porque no teu mundo 
Quero morar
Mas são apenas horas
E elas passam logo
Mas quero nelas
Te dar meu corpo inteiro
E deixo que nele me entre o membro
Lindo, branco, impecável
E também na boca eu o tenho
Com teu gosto só teu
Que eu quero
Não me contenho
Tal paixão insaciável
É bom dominar teu corpo grande
E nele dançar 
Indomável
Meus olhos vão encontrar o céu
E eu sou tua
Sou tua
Tua
Toda nua
Tal paixão inevitável.

Gabriela

Envergadura


Os erros não consertarei
As dúvidas não esclarecerei
Os caminhos tortos serão eles mesmos
O passado não voltará
Mas o que ficou não vai
Mora guardado no mais fundo
Dos lugares da alma
E posso dizer em confissão
Que ficarão teus passos na escada
O teu cheiro nas cobertas
Fios de cabelos nos lençóis
Tua memória e tua devassidão
Tua glória e paixão de nós
Teus pés macios em minhas mãos
Tua rosa delicada
Tua voz.
Posso dizer dos textos que te fiz
Dos poemas que chorei
Da saudade que senti
Em te ter em meus cômodos
Acomodada
Nua
Linda
Sem nada
Aberta em tuas páginas rosadas
Convidando a amar
E eu ia
A devagar roçar-me em tuas pernas
Entregue, sem regras
E tinha teus pés faceiros
A passear em minha barba
Eu os mordia
Eu os beijava
Eu os queria
Para o amor alvoroçar
Teus seios à meia luz
Teus braços largados
Teu rosto caído um pouco
Um pouco de lado
Teus cabelos finos
Na poltrona deitados
Tudo me vem como fotografia
Tua imagem pouco esguia
Teus gemidos como sinfonia
E logo após tudo em cavalgada.
O perdão não terei
O amor não voltará
Mas o que ficou não vai
Tenho as marcas de teus dentes
E o molhado de tua língua
Tenho o doce de tua flor
E porque tudo me destes em ardor
Aos teus pés eu me envergo
Para que me deixes chorar.

Rômulo Andrade

domingo, 8 de maio de 2016

Faz amor comigo


Faz amor comigo
Me leva à estrelas
Me mostra a beleza da paixão
Me beija
Me beija
Me beija
Bem muito... sem parar
Teus lábios nos meus
Sabor pra marcar
Tua língua na minha
Tua saliva
Tua essência
Faz amor comigo
Me mostra a irreverência
Dos nossos corpos nus
Entregues um ao outro
Eu quero você disposto
A me amar
E me amar
E eu te amar
E a gente ser um só.
Amor,
Faz amor comigo hoje
E sempre,
E muito
A atar mais ainda
Os nossos laços
Os nossos nós..
A sós.



Gabriela

Você não sai de mim


Seu beijo, seu corpo
Seu cheiro é o que quero
Está grudado em minha mente
Em minha pele
Em minha cama
Ali tem seu perfume
O seu suor
As minhas lágrimas
Ali onde te amei
E mesmo havendo outros
Não te esquecerei
Voce não sai de mim
Eu te quero sempre
O seu abraço apertado
Os seus carinhos
Meu olhar pra você
Te acho tão bonito
Sinto falta de tudo
Sinto falta do banho juntos
As nossas mãos se agarrando
Nossa língua roçando
Tão bom te amar
Tão ruim te perder
Não posso te ter
O que hei de fazer
Como te esquecer...

Gabriela

Deixar-me ir nos teus insultos


O que será de mim
Diga, por favor
O que será de mim depois daquele amor?
Como irei continuar?
Com que cara vou te olhar?
Como não mais te desejar
E em meu corpo não te querer?
Como irei viver
Na lembrança que habita em mim
Teu sabor em mim derramado
E meu ser em ti abandonado
Como irei me reaver?
Como seguirei minhas trilhas
Se você me roubou o controle
Se me pôs presa em tua ilha
Nessa ilha de teus amores?
Como irei me reencontrar
E me resguardar de teu perigo?
Como, se em teus beijos
Viajei universos outros
E me perdi feito barco à deriva
Feito louca na noite perdida
Sem reservas
Sem pudores
Sem títulos
Sem regras
Sem ética e coisa e tal?
Como irei caminhar agora
Se nesse instante se me arvora
Desejo sem igual?
Minha pele anseia a tua
Meu sexo espera te guardar
Minha boca implora teu tempero
E meus cabelos de novo desalinhar.
Eu quero de novo a mim mesma
Te retirar de mim o mais rápido
Desesperadamente preciso que não me queiras
Que me deixes ir em paz
Não mais. Porque não posso
Não devo me fazer de pecados
Não me é lícito te ter entre os braços
E querer morar em ti
Não me cabe te ter emprestado
Não é bom te querer assim
Preciso esquecer tuas mãos
E tua língua e tua mansuetude
Preciso deixar passar tua sedução
E tua força e teu perfume
Preciso me achar nesses escombros
Unir meus cacos
E seguir adiante
Preciso de tranquilidade
Sem ansiar pela felicidade
Que é me deixar ir nos teus insultos.
Gabriela

Aos teus pés


Bela senhora
Aguardo
 
Os lindos pés a me tocar
São eles tão majestosos
Inspiradores
Com faceirice tem andado
Nos caminhos da vida
Espinhosos
Mas de intensos amores
E rumo a meu quarto
Quero que te ponhas
E dê cabo às minhas dores
Aos meus anseios
Que se desnudam como eu
À tua espera
Senhora, bela
De pesinhos delicados
Cheirosos aos teus cremes
E perfumes outros
Quero que te dirijas até aqui
E me encontres
Calça, mulher
Teu sapato de salto tão fino
E segue o destino
De pôr no canto minhas vontades
Reveste teus lindos pés
A teu gosto
Mas vem aqui desnudá-los
Quero-os à minha frente
A enfeitar a vista cansada
A vida enfadada
Meu peito largo, minha fé
Dá-me teus pés
Para que eu os oscule cada pedacinho
Para que os traga o sabor à boca
Para que sejam
O começo de um tempo infindo
Tempo esse que se embriaga
Nos teus pés tão imponentes
Irreverentes
A largar longe os saltos
A deixar bem lá
Qualquer sandália
E vem
Nus
Inteiramente nus
Feito a dona que se altiva
E cada peça que lhe cobre retira
Retira e joga
Joga no chão do quarto
Os restos de seu pudor
E com os pés tão firmes
Ela firma em meu peito
Suas marcas de amor
Massageia. Passageia
Faz doer o prazer que é
Mas é. E pronto
E de pronto estou eu
Alto para lhe receber
De onde estou
A vista enxerga a rosa fértil
Lisa, encantadora
Que de lá brilha
 
Ansiosa para se ver preenchida
Ela toda
E antes mesmo que ao menos pense
Vou eu devagar e sempre
Aos pés rastejar-me
Vou tê-los indefesos
 

Sentir cada um dos dedos
E o cheiro bom a inebriar-me
Ah que prazer imenso
Que me dá, bela senhora
Nessa hora
O meu membro vai a se entender contigo
E a boca que antes beijou-te os pés
Corre rápida a beber de tua boca
Olhos se fecham
E já somos um e outro sem razão
Na entrega que não tem escolha
No instantes que dela não precisa
Tua pele recebe a minha com vontade
E nossos pés agora dialogam
E prometem amar-se
Nossa toda constituição se rende
E o melhores sussurros
Se ouvem ao longe
Rômulo Andrade