sexta-feira, 31 de julho de 2015

Alma inquieta


Minh'alma inquieta 
Desperta em meio madrugada fria
E esguia, coberta em panos translúcidos
Te procura
Vasculha o que possas oferecer 
Nessas horas de quietude tua
Mas minh'alma
Agitata, não quer depois
Quer agora, pois que fumega o corpo
E morre a escuridão
Tão logo seremos cobertos pelo sol
E então
Seremos tragados pelo dia louco
Por isso quero mesmo a noite fria
E esquentar a alma em teu corpo
Uma dose de teu gosto
E umas gotas de tuas correntes
Me levarão à tua quietude
Serena e paciente
Desta feita entrarei pelos raios
De alma calma
Se agora em ti deságua
A chover nos teus sentidos
Mata
Mata esta noite fria comigo
Açoita estas horas mudas comigo
Mata
A calafrios

Gabriela

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Calcinhas


Diversas são elas
Em tamanhos, cores e formas
Mas delas gosto em poucas horas
Gosto porque ajudam nessa loucura
Que é entrever, entrepensar, desejar
Delas gosto do cheiro
Aquele que fica das bucetinhas 
lindas que elas vestem
Delas gosto quando se mexem
Insinuando saírem a passear
Deixando-me à diversão de suas donas
Diversas são elas
E quanto mais rendadas, mais animadas, 
mais risonhas
Quanto menores, melhor a mão enfiada
que me chega molhada e saborosa
Quanto mais por dentro
Mais prazerosa a caçada
E mais criativos os inventos
Pra achar essas coisas lindas
Ah!! maravilha que é encontrar
As delícias das florzinhas
Que elas guardam
Nuazinhas, semeadas a falo.

Rômulo Andrade

Doce senhora


Minha doce senhora
O que preciso fazer para ter o prazer
Do deleite em teu colo?
Que palavras devo dizer
E de que maneira uso
Meus olhos
Nos teus olhos que se avergonham
Sob tamanha insistência?
Que flores por aí devo colher 
E que presentes poderei ofertar?
O que devo eu pensar?

Diga-me
Terei eu a honra de assentar-me junto a ti
E deixar voar alguns poemas?
Algum momento estarei na ventura
De apertar tua cintura
Pra afrouxar os meus dilemas?
Terei chance alguma
De aconchegar-me na tua boca
E embeber-me de tua saliva?
Acaso estarei um dia
A esquecer meus dissabores
E as saudades de teu corpo desconhecido
E de teus dotes nunca sentidos
Tuas celulites e estrias?

Diga-me ó doce senhora
O que urge eu providenciar
Para a ti agradar?
Que energias do universo devo instigar?
Que poderes queres que te envie?
Serve eu como senhor do tempo
E parar esse mundo todo?
Serve um gole de amor
E paixão enfática de tira-gosto?
Serve eu gritar teu nome
E a ti contemplar eternamente?
Serve acaso eu ajoelhar-me
E dos pequenos dedos subir infinitamente
Até alcançar levemente teus pelos
Cheirá-los, cheirá-los?
Serve eu prosseguir viagem
E a teu segredo desvendar?
Beijar-te os pequenos e grandes lábios
E com meus dedos acariciá-los
E tomá-los para mim como relíquia?
Serve acaso eu andar em frente
E encontrar umbigo e seios belos?
Serve deles me servir
E a ti possuir sem demasia de apelos?

Ó diga-me senhora!
Que propriedades da matéria e do etéreo
Devo eu incomodar
Para enfim deitar-me em tua cama
E ouvir de ti que me amas, que amas
Que te posso amar?

Diga-me

Rômulo Andrade

domingo, 26 de julho de 2015

Delícias


Deixa ver estes seios
Que fazem salivar a boca
Deixa sair um pouco 
Essas mamas harmoniosas
De tuas roupas 
Se apontam da blusa
Por que não te desnudas
E deixa ver
Ah deixa
E aceita também que eu os toque
E os alvoroce os bicos durinhos
Aceita que eu os cheire com fervor
E que me sirva deles entre as mãos
E te vista de carinhos
Nesse cantinho que ninguém vê
Vem e abre essa cobertura infiel
Pois mais vale dois seios à vista
Que insinuações voando no céu
Melhor que permitas
Eu sorvê-los uns instantes
E te retribua cansaços
Que deixar morrer no teu regaço
Os pedidos de um homem.

É que
Eu tenho por teus peitos paixão que não vacila
Por mim sempre os teria
Pra afogar os desejos
E afagar meu ego imenso
Pois não nego que os quero
Só pra mim e só
Só em mim e só
Como faminto rebento
Ah deixa
Que eu te retribua
Contemplação de amassos
Nessas delícias de seios fartos
Que a meu tato serão mais lindos
De saliência amada e feliz.

Rômulo Andrade

Bundanadinha



Bundanadinha
Saidinha demais nessas calças
Que não te escondem o volume
Bundanadinha
Demais com esse vai e vem
Saliente que se avista logo
Porque meus olhos só querem
E só buscam
Passa bunda
Passa bunda linda menina
Que não se arrepende
mas se arrebita
Bunda mimosa
Que se se encosta
Me leva acima
Gostosa formosa fogosa
Afrodisíaca.

Rômulo Andrade

Minha pura impura carne



Pode parecer pura
Pode enganar o ingênuo
Pode fingir decência
Pode encobrir-se de sensatez
Pode negar-se
Pode guardar-se a finco
Pode tapar a nudez
Mas oh 
Minha carne é dessas que aspiram cortes
e suplicam impiedade
de amor e prazer
É dessas que solicitam
sulcos profundos que só bons amantes
abrem
Minha carne é dessas
que podem olvidar bem o passado
Tão logo o viva
Guardando por intervalos
algumas cicatrizes
Mas se logo passa o tempo
Enxertado de canções e outras facas
Apenas riscos desprezados
Me avisam dos cortes
Mas é...
Ela anseia sempre o presente 
E como tanto anseia!
Espera cheirosa e florida de rubor
À porta entrecostada
O presente e seus amores de surpresa
Desses que não precisam permissão
E é desses amores invasores
Que os cortes mais firmes se dão
Deixam das fendas abertas cantarem sumos
dessa carne que porventura se quis doce e pura
Mas ela é mais
É pecadora, assombrada com os desejos que cuida
Ela teme é nunca mais ser cortada
Outra vez por essas facas afiadas
Que fazem sangue
às vezes no peito
às vezes nos olhos que se derramam em pratos do não amar
Oh sim
Minha carne anseia por viver tilintar de faca e carne
por sobre a mesa de jantar
que  é como se vê a cama por nossos sexos opostos
dispostos a se cortar

Gabriela

domingo, 19 de julho de 2015

Para além da alcova


Não quero boca quieta
Mas beijos e um tanto de palavras
Deixo que sejam piegas
Não importa sejam erradas
Que me chames como queiras
Safada, puta, gostosa
Que me descomponhas as vestes
E me consumas inteira
Tal como a secura às rosas
Não quero mãos esperando
Me comprazo em apalpando
Bunda, pernas e costas
Não quero respiração de paz
Desejo sim furor tenaz
Dos ares e pulmões em ofegância
A romper o silêncio forjado
Para que os vizinhos ao lado
Nada ouçam nem invejem
Mais quero que sintam prazer
Também a nos perceber
Em plena cópula ruidosa
E que tu a mim converge
Não, eu não quero calar-me
E engolir o choro
Quero indecoro
Grunhidos, indecentes sussurros
Insulto aos que dormem
Rumorosos urros
Não à luz apagada
Quero notar tua pele ser parte da minha
E fitar teus olhos incertos
De modo me vejas em plena agonia
Não quero cama parada
Que nada, que nada
Que ela dance conosco
E se mova
Assim como exerce
A poesia na alcova
Que ecoa e perpassa paredes
Inspirada
Nesse encontro de coxas, unhas e dentes
Festinha de amantes
Que tempera a rua pacata
Assombrando viandantes
Que pisoteiam calçadas
Que importa!! Que importa!!
Se o amor é bom, nada se guarda.

Gabriela