terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Orgasmo


Pele a Pele
Pele contra pele...
e a minha boca desvenda a vastidão do beijo..
e os lábios acendem a luz dos desejos
e sensualidade da pele 
que percorre a nudez de teu corpo
Na valsa dos sentidos o amor se comunica
pela pele 
Pelos músculos
Aglutinamos músculos e coisas
e as coisas juntas 
se multiplicam
na batalha campal do nossos gestos
Nossos corpos encontram a justa posição da formas
como se o êxtase desfizesse nossa pele
e os seus seios fossem a minha casa.

E eu criança
furto o impossível do teu ventre.
permeasse o plasma impermeável do teu corpo.

Como se as rugas despregassem do meu rosto
e vida se fizesse eterna
no descompasso das nossas pernas....

Escrito por Maurício Machado Galvão

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O perfume


Exalas toda o perfume do banho tomado
Nessas águas de colônia
De valor barato
Mas que importa isso
Se quero mesmo outro cheiro?
Exalas com tal sensualidade
Que espreito meio covarde
Já com visíveis sinais de ereção
Essa tua silhueta nua
Pele branca, crua
À espera de uma convulsão final
Penetração total
Com cajado engajado e nada temeroso
Ah!! Exalas teu cheiro 
E então fico louco
Desnorteado da vida
Aqui dessas cortinas que a todas quero rasgar.
Exalas teu cheiro de valor medíocre
E eu mesmo míope
Daqui te apreendo no olhar
E como é bela a criatura
Com essa doce bunda
A me responder de lá.
E como quero, e como quero
Tomar pra mim esse corpo
Esse cheiro, essas pernas
Essa escultura, essa bela
Menina donzela desvirginada.

Rômulo Andrade

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Desejos (Inspirado em Camões...)


Desejo é algo em si que se quer ter;
É mordida na nuca que não se sente;
É um entregar-se, na tela, envolvente;
É prazer que desatina num foder.

É um desejar trepar sem se poder;
É um sexo "solitário entre a gente";
É  um quase desnudar-se de repente;
É um vouyer, de pau duro a lhe "comer"

É vício virtual sem ter maldade;
É seduzir a quem seduz, o sedutor;
É tesão que arrebata, que dá vontade.

De não desligar o computador
Nas madrugadas na realidade,
Quando o desejo aliviará a dor?

Inscrito por SOAS

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Venha logo que eu quero


Sim, eu quero.
Venha, mas venha logo.
Pois que o tempo corre
E eu estou pronta.
Eu quero, e como!
Que me comas tão logo chegues,
Que me apertes ao peito
E me beijes,
Sem delongas, saboreie
E me faças estremecer entre teus braços,
Cair de cansaço
E pedir mais.
Eu quero e não é pouco, 
É muito, sem parar.
Uma, duas, três vezes sem tirar.
Sem película, 
Pele a pele.
Abusando da língua,
E me revele
A mulher que sou.
Sim, amor, eu lhe quero,
Dentro, rijo e quente,
Indo e vindo, inclemente,
A me irrigar sem que eu espere

Gabriela


Seria bom se fosse fácil


Seria bom se fosse fácil
Amar a um e a outro também.
Seria bom, sem desagrado
Se fosse fácil querer bem.
Seria leve, muito calmo
O amor que livre fosse
E se entregasse a um alguém.
Seria sincero, sem pecado
Se apenas aceitássemos as vontades
E não tolhêssemos a coragem,
E que simplesmente pudéssemos amar
De um jeito ou de outro,
Intensamente ou de passagem,
Para sempre ou paixão de viagem,
Apenas pelo prazer que dá.

Seria bom se fosse fácil,
Se nos permitíssemos sem errar.
Seria bom se fosse fácil
Amar a um e a outro também.
Seria bom, sem desagrado
Se fosse fácil querer bem

Gabriela

Se me queres...


Se me queres, me dê seu tempo
Fale bonito ao meu ouvido
Não seja desmerecido de mim.
Diga: eu te quero, querida,
Minha gostosa, meu bebê.
Se queres provar meus sabores
Aceite os dissabores 
De algumas rejeições.
Nem sempre é tão fácil amar,
Por favor, sem imposições,
Nem sempre é fácil aceitar.
Se queres comigo coisas de corpo
Que transcendem à normalidade de nós dois,
Necessitas um tanto de paciência
E saber da arte de conquistar,
De pegar e ter.
Dê sua voz boa e carinhosa
Nada de açoites ou intimidações,
Dê-me seus sorrisos
Olhares atrevidos
Palavras e chupões,
Carinho e prazer.
Se queres entrelaçar pernas
E unir lábios,
Experimentar o desespero do inesperado,
Faça-me a graça de ser sensível e tarado
Romântico e insaciável
Duos de anjo e demônio
Sem adormecer, sem doer,
Simplesmente homem
Bom de se comer.

Gabriela


Sexo verbal


O verbo ecoa da boca
E a boca
Boa de boca
Emboca com gosto de paixão
Os lugares secretos de teu corpo.
O verbo ecoa da boca
E mais que verbo soa
Tem ainda teu rosto, atento em mim.
Da boca sai o que sinto de ti,
Homem para mim
A serviço do meu prazer.
Na hora do amor
Ouço tuas promessas eternas
De felicidade
A misturarem-se com tua sensualidade
E com indescritíveis olhares
Que abrem e fecham,
Fecham e entreabem.

Retoques de padecer.

Cabelos revoltos à face
A escorrerem em tuas maçãs,
Língua degustando língua
Saliva a se esvair.
Ai, que delícia!
Boca, boca,
Verbos de quero mais,
Como animais no cio
A enlouquecer.
Eu te amo eu te quero...
Aaaai amor, amor
Me toma... hum...
Paixão.
Aaaaaaaaaaaii
.......................

Gabriela


sábado, 10 de janeiro de 2015

Cigarro


Desejo te fumar
Até o fim.
Até não restarem mais fumaças.
Desejo te pegar entre os dedos,
Te acender,
Te encaixar na boca,
Te saborear.
Olhar pro teto 
E suspirar.
Te sentir preso
Em meus ensejos,
E depois te soltar
Pra voar
Livre como uma pomba.

Gabriela

À flor da pele


Estou roçando as pernas
Nas suas pernas,
Tirando a identidade delas
E sussurrando.
Estou me confundindo
Com os panos,
Com os seus braços,
Com os seus frascos de cerveja.
Estou sobre a ceiva,
A clorofila da paixão.
Estou deitada,
Amando, suando, gemendo.
Estou tremendo,
Enlouquecendo.
Já não sei me controlar.
Meus nervos nervosos
Não conseguem parar.

Estou parando, parando, parando.
Acalmando.
Soprando o ar
no ar
do ar.

Gabriela

Quase morte do corpo


Nenhuma sensação mais intensa
Que essa de sentir o corpo em fragmentos,
Sentir calor misturado a frio,
Dor misturada a carinho,
Murmuros e silêncios,
Cansaço e relaxamento.
Nenhuma sensação mais incômoda
E mais desejada, mais veneno,
Nenhuma mais que essa
É de nos levar ao tudo e ao nada
Em um só momento.
É de se querer sempre mais,
A morder os lábios e fechar os olhos,
Revirar os olhos, tremer.
Nenhuma mais profunda e furtiva,
Sensação esquiva, que não fica
Mais que alguns segundos
A quase padecer.
Comparável ao que não se compara,
Pelo fato de ùnico ser.
É a desorganização iminente,
De onde da mulher correm rios
E do homem, afluentes.
E se podem ver dois corpos
Sem adorno algum
A se entrelaçarem no nu
Onde os beijos e os desesperos
Do corpo são reais.
Nemhum mais,
Nenhum momento é tão forte,
Um quase morte,
Se de sorte e paixão se vestir a dama e o cavalheiro.


Gabriela

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Soneto do amor negado


Se proibirem o amor, se o tentarem
Se leis surgirem e o ilegalizarem
Digo que fora da lei estarei
E jamais desamarei os corpos que se desnudarem.

Se prenderem o amor, se o cuspirem à face
Se o julgarem e condenarem
Digo que, apaixonado, o acolherei
E jamais abandonarei as bocas que me oscularem.

Não negarei um só sexo
Feminino e perfumado
Não me esquivarei, isso jamais.

Estarei rijo em indestrutível império
Sempre forte e insaciável
E no amor cavalgarei, só morrendo em seus anais

Rômulo Andrade

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

É na cama que se ama


Na cama é que se prova dos melhores sabores da vida
Os sabores de coisas escondidas
Que à luz do dia
Nada mais são que segredos.
Na cama é que se vê as mais belas paisagens
Se embarca em encandecentes viagens
Guiadas pelos ventos dos desejos.
É lá, tal como se veio ao mundo
A mulher lisa de vestes
E ele desnudo
Se avistam e se contemplam.
É lá que o tato mais se aguça
O paladar mais se apura
Esvaindo-se para o contentamento.
É na cama que os amantes se acham
Ou se perdem por entre seus matos
No furor do acasalar.
É na cama, é na cama que se ama
E se tem dois em um
Por instantes eternos como o firmamento
Na intensa arte de amar.

Gabriela


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Horas de amor


Por que demoras
Nessas tuas horas que não passam?
Vem logo que aqui não há muito tempo,
Aqui está tudo um fogo só,
Corroendo as paredes...
Por que demoras
Nessas tuas caixas de afazeres
Se aqui há mais prazeres a conquistar?
E amar
E pegar
Ver
Cheirar
Comer
Penetrar
Invadir
Lamber
Não se conter
Viajar
Gritar
Gemer
Gemer
Gemer
Suspirar
Tremer
Chorar
Bater
Não doer
Ter prazer
Correr
Nu
Correr
E rir
Deitar
Abraçar
Beijar
Dar
Receber.

Gabriela

A arte do amor solitário


É arte e amor também 
Quando do desejo incontrolável
Ela sozinha se encontra consigo mesma.
É arte e é conhecer os detalhes
De onde e como o prazer flui.
Controle de respiração.
Ou não.
ah.... ah.... ah... uhn.
E delicadamente os toques se permitem.
Pontadas nos pés, meio frias,
Vão se estendendo pelas pernas
Ao passo que as deixam trêmulas.
Olhos se fecham... imaginação voa,
Mas fica. Fica ali que é seu lugar,
Junto à dona.
ah... ahh... aaaah. Ó, meu Deus.
E dedos lindos molhados
Ora numa boca ora noutra
Se movem, em círculos, onde melhor se sente.
Em círculos se movem os dedos
E os olhos que se perdem na escuridão
Do imperceptível.
Porque já é agora só gozo.
Só gozo... rios a embeber lençóis,
Tão docemente, 
Tão fino o líquido.
Sem o eles ou nós.
Só ela, sozinha e só ela... trêmula.
Olhos fechados permanecem e dormem porque é preciso.

Gabriela

Cavidade abençoada do mundo


Entre pernas e poesias
Escrevo versos de louvor 
À cavidade.
Cavidade abençoada do mundo
Que me espreita calminha,
Por detrás de calcinhas e pudores.
Ah! O perfume é de amor,
O perfume é de flor vermelha
E aberta já quando os nãos e porquês morrem no beijo.
Ah! O perfume é de flor 
À espera de toques aveludados de mãos
E massagens molhadas de língua.
Ela é minha,
A cavidade abençoada do mundo.

Ela é linda, bem feita em boca que pede.
Ela é linda, desenhada em camadas em que os homens se perdem.
Ela é linda e atraente, 
Um lugar de entrega e moradia quase eterna,
De onde músicas de corpos ecoam 
E fluidos se desprendem.
A cavidade é bela,
Quando se entrega é bela
E quente.
E termino meus delírios
Entre pernas e poesias
E dormindo cansado.
Nela. Dormente.

Rômulo Andrade