quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Amor sem reservas


Sinto o amor esbanjar-se em nossa pele
Nua e crua 
Onde se bebe
Os melhores tragos da paixão
Onde não há reservas
Apenas apelos íntimos
De entrega
Irredutível sedução
Creio que este instante
Que é gozo bom e desejado
Irá espelhar-se em outros tantos
Alimentado o nosso caso
Caso de amor sem regras
Sem promessas
Sem abalos
Amor ao acaso
Por acaso
Mas bem amado.


Gabriela

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Luxúria


Tenho em tua boca
O falo dos anjos.
Rijo e pulsante.
Chupa, engole...
Tem na tua flor
O falo do homem
A te fecundar, te inundar
Da luxúria desejada.
Gozamos, enchemos a boca
Transbordamos a buceta
De pecado,

De salvação.

Almar Olímpio (convidado)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A fonte


Teus seios, minha língua
Um pau duro batendo em tuas coxas,
Esquece do mundo, mulher,
Minha fonte.
Teus seios me pedem
Mais da língua
E no gozo,
Teu seio coberto de mim
Do leite que sobra
Do amor.

Almar Olímpio (convidado)

domingo, 13 de dezembro de 2015

Somos pele


Palavras trocadas
Histórias contadas
Conceitos e definições
Olhar um no outro
Eu querendo teu gosto
E outras tantas sensações
Meu sapato te percorrendo
Em tuas pernas escrevendo
Até onde quero ir
Tua mão furtiva em minhas pernas
Minha alma inquieta
Quero estar mais tempo em ti
Minha pele em tua pele
Teu cheiro a me inspirar
Quero te beijar
Quero que me tenhas
Nua em pelo
Quero que me venhas
E me sintas
E me ouças
E que venhas em minha boca
Deixando-me sonhar
Sobe a saia, me desnuda
Me procura por entre a calcinha
Me retira de leve a blusa
Me lambusa, me ativa
Teu corpo grande
Ao meu toque
Se anima
Somos pele
Um no outro
Cama quente
Amor sem porto
Amor aos poucos
Amor do outro
Mas tão nosso então
Quero teu prazer
Te pertencer
Promover teu gozo
Radiosa sensação
Quero contigo 
Alcançar as estrelas
Ir sem rédeas
Ao céu e além
Eu sou corpo
Eu sou toque
Você é pele
Eu também

Gabriela

domingo, 6 de dezembro de 2015

Asas soltas


Quero estar livre
Soltar minhas asas
Voar além
Conhecer outros tempos
Lugares diversos
Divertir também
Quero outras bocas
Outras coxas
Roçando nas minhas
Quero poder amar
Ser amada em verdade
Ser querida
Quero perfumes novos
A me embriagar
Pescoços outros pra eu beijar
Outros corpos pra desnudar
Outras intensões e sabores
Quero sentir amores
Velhos ou novos
A mim negados
Quero conquistá-los
Ainda que em parte
Quero tocá-los
Dar um pouco do que me cabe
Não sentir pecado
Ser livre, senhora de mim
Quero novos ares
Outros mares
Águas claras
Porque prender o amor
Negar o que se pode
E o que se quer
É fustigante
Bom é poder ser
Poder ir
Vir
Viver.

Gabriela

sábado, 5 de dezembro de 2015

Delícia das paixões


eu te quero nu aos meus olhos
e poder te investigar a pele inteira
quero teu cheiro se confundindo com o meu
tua boca esperta a me conduzir
nessa nossa brincadeira
quero encaminhar meus beijos
por teu pescoço
mordidas na orelha
quero te ver cru em minha frente
e mais que de repente
te possuir
quero te ver me desejando
com os olhos me comendo
e com os dedos me conhecendo
por entre as penas
e lá nos seios
amassa e chupa
mordisca,
varia, enlouquece
enfurece a natureza nossa
e minhas mãos te procuram
entre a calça lacrada
te apalpam e te sentem duro
de viga eriçada
e não há quem possa
não há mais quem possa
se conter
e tão rápido minha imaginação voa
e tão rápido te quero na boca
indefeso
gemendo
a me querer
te sugo o sabor gostoso do pau viçoso
e isso me felicita
passar por ti a língua
na cabecinha amada
entumecida, eriçada
momento furtivo esse nosso
de uma confusão de braços
pernas e tudo que roça
bagunça na cama
prazer buscado, marcado
encanto que nos renova

Gabriela

Me desate e só


Não se importe com meu nervosismo
E esse meu estar sem jeito
De fato o novo me tira o equilíbrio
Mas se bem souberes
E se trouxeres aconchego
Logo me encaixo de jeito
Nos teus domínios
Mas me desate com beijos e mimos
Diga-me coisas
E me arranque suspiros
Jajá o meu nervoso vira memória
E rápido te mostro
Minha arte de amar
Gosto da liberdade a mim doada
Para que eu possa enfim me apresentar
Sou de sensibilidade irreconhecível por vezes
E me cativo por amor em demora
Essa demora dedicada aos toques e lambidas
Mãos invasivas mas concebíveis
Bocas decididas e imprescindíveis
Pau na boca por tempos infindos
Cavalgar depois
Até alcançar estrelas
Depois de liberta
Sou libertina
E nenhum nó em mim se mantém
Por isso não ligue para a minha ansiedade
Só me desate
E me leve além.

Gabriela

Divinos dedos


Faço-te este poema torto
Pra dizer do gozo
Que me tornou real
Aquela sensação de pecado mortal
Mas tão gostosa e precisa
Faço este poema indevido
Para fazer honras às tuas mãos
Atrevidas
E que delícia
Quando enfias esses dedos bons
Em meu sexo
Já ele todo molhado
Inquieto
A sonhar instantes de glória
Te sente o ímpeto forte
Teus toques
E decorre em tremer
Aperta, solta, escorre
Tão bom teus dedos
A me entreter
Quem dera eles tivessem ficado ali
As horas a mim necessárias
Quem dera, moço
Tivesses o tempo para me mostrar
O instante último de convulsão
Corpo em ebulição
Sexo em efusão
A te presentear com essências finas
Gostosas e adocicadas
Gosto quando me tocas...
Porque as inesquecíveis fodas
Se iniciam dessas carícias
Licenciosas
Safadas.

Gabriela

Meu prazer feminino


O meu prazer é só meu
Inventado só para mim
Não serve a mais ninguém
A outrem não convém
Só me faz tão bem
Me faz feliz
Não tem razão de ser
É apenas quietação 
Sua única função
É me render prazer
Não procria, só cria
Me liberta
É profundo e se renova
Se revela
Me vem várias vezes
Em poucas horas
Me contorce o corpo inteiro
E os olhos, os nervos todos
Me dá gemidos inexplicáveis
E líquidos generosos me aliviam o corpo
Me deixa estável
Forte de novo.

Meu prazer é só meu
Trabalhado com carinho
Nos lugares devidos
A tempo indeterminado de dedicação
Com paciência própria
Sob carícias delicadas
Molhadas
Frente a dedinhos, brinquedinhos
E criatividade afinada
Ele existe só para a minha satisfação
E outros poucos entenderão
Ou o excitarão
Pois que ele é só meu
Só eu o entendo
Só eu o tenho
Faz parte do meu mundo íntimo
Guardado e livre apenas a mim
Meu prazer feminino
Cabe apenas em meus domínios
E nos meus toques
Retoques
Enfim.

Gabriela

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Coito


Se a noite abaixa suas estrelas
Para que possamos admirar
Quero junto de ti a noite passar
Nessa varanda aberta
Afeita ao céu que nos cobre

Quero deixar que nossos olhos
Se escureçam na intimidade do beijo
E por conseguinte
Deixar que nossos desejos
Sejam cama para o nu de nós dois

Pois sim 
Essas horas altas
Que a morte do dia empresta
Nos deixa muito frágeis
Se há amor
Se há carne e paixão
E ainda mais em solidão, em silêncio
Em carência de meses
Então fazemos as vezes
E não muito aguardamos
Somente as estrelas

E enfim nos amamos
Conforme a sorte deixa
Coito livre ainda que silencioso
Já que varandas não permitem uivos
Já que ouvidos outros se aguçam

Ainda assim
Travamos um amor bom
Um sexo inesquecível
Em que nossos líquidos se enamoram
Se trocam, se permitem
Tua vagina aberta
Teus seios em imprudência
Tua boca sussurrante
Nossas mãos, intensas
Nossas bocas casando
Nosso corpo inteiro em vida plena...

Ah! É no coito que a gente se vê humano
E no amor se deixa estar
Nesse amor ora vagaroso
E depois louco por no céu se achar
Entre as estrelas que iluminam a cidade
Junto com nosso mel a adocicar

Ah sim, amor
Tão doce é te ter nua entre os braços
E poder sentir teu sabor mais íntimo
Teu gosto escorrido de tuas portas secretas
Tua saliva ansiosa em minha saliva imersa
Teus cabelos em descontrole
E meus pulsos em festa

Não há nada melhor
Nada que se compare
E que se beba a embriagar tão rápido 
Quanto os sentidos do coito
Afoito
Perverso
Avaro

No fim, resta a calmaria das respirações que se aquietam
E as marcas de unhas e dentes impressos
Em nossa pele que nada sente
Porque anestesiada de desejo é

Ficam as estrelas no céu, a cidade calada
E nós como anjos nus
No chão
Pecadores
A contemplar a felicidade do gozo.
Do coito, da vida.


Rômulo Andrade