domingo, 4 de novembro de 2018

Encontro de peles


Quando as peles se encontram
O idioma que se entende
É de prazer que avança
As regras  de contenção
As peles se falam
Obedientes ao som do coração
E o desaguar disso tudo
É quando as bocas já estão juntas
Sem precisar de palavra
Ou discurso algum
O que ecoa é só o tom
Da paixão fervente
Que se aloja todo
Na cama quente
Nos travesseiros revoltos
Nas mãos inquietas
E respiração por um fio
Quando as peles se encontram
Encontram-se também os desejos guardados
As fantasias esperadas
E as fomes mais vis
E se quebram os tabus
Se colocam os corpos nus
Sem veste alguma pra contar história
Agora é só suor
Saliva e fluido de quem goza
Goza muito em homenagem ao amor
Em tributo às paixões humanas
Às línguas diversas
A dizer safadezas
A lamber e a chupar
Línguas espertas
Que não se privam de molhar
Os caminhos mais incautos do prazer
Porque quando as peles se acham
Quando elas se encaixam
O resto todo se perde 
Para se satisafazer

Gabriela