quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Três anos de paixão



Seria em fevereiro...
Seria em fevereiro, lá pelo meio
O dia de impacto das nossas almas
Teríamos conseguido fugir?
Teríamos resistido?
Naquele dia caindo
Fim de tarde, ansiedade...
Seria dito o sim ou o não?
Teria eu negado a atração?
Impedido essa paixão?
Teria?
Em fevereiro seria...
Conjecturas em vão.
Porque as reais costuras
Dessa paixão que nos emendou
Foram tão fundas
Tão precisas e sem retorno
Que qualquer razão deixaria de ser
E deixou.
Nossa paixão veio forte
Como ventania arrastando 
Os últimos vestígios de juízo que havia
Naquele meio de fevereiro
A tua presença era esperada em agonia
Eu deixei você entrar
Entre amor, sente!
E dali em diante, que controle eu teria
Sobre meus sentimentos em revelia
Aquele vai e vem de sensações?
Meu coração já dormente.
Que domínio se nem mesmo
Sabia o que vivia?
Só sentia... sentia... sentia.
E então o beijo ocorreu
Mal levantei do repouso
Mal calamos nossos ditos familiares
Éramos nós já unha e carne
Carne quente
E pelas paredes nos beijamos
Rolamos, encontramos o céu
O céu em púrpura latente
Nos teus braços fui à cama
E lá... paixão corroendo as entranhas
Perfurando meu coração
Marcando a suor o meu corpo pequeno
E tu... imenso, amando na imensidão
De toda a glória de almas reencontradas
Eu fui teu refúgio muitas vezes
E você, minha embarcação ameaçada.
Foram três anos
Encontros
Maravilhas do amor a acontecer
Eu e você entregues a satisfações
Que nunca mais tornarão a haver.
Hoje, hoje a distância fechou seu ciclo
Somos cada um em nossos ninhos
E nossas asas se perderam.
O refúgio não é mais o mesmo 
A embarcação quebrou
E as esperanças morreram.

Seria em fevereiro...

Gabriela