sábado, 31 de outubro de 2015

Eu te espero


O expediente acabou, meu bem
Não há mais formulários,
E-mails e livros pra dar conta
O dever agora que desponta
É outro bem diverso e tu bem sabes
E mal todas as luzes se apaguem
Eu te espero ansiosa
Para que venhas em meu quarto
Eu te espero cheirosa
Para que te sintas em aconchego
E me avance os seios
E me indague a bunda
Ela que fica assanhada para cima
E te insulta
Mas saboroso e inesquecível
É quando tu vens com as mãos danadas
A desenhar carinhos nessas nádegas
Que são tuas a bem saber
E teus dedos atrevidos
Se enfiam fendas a dentro
E eu os espero invasivos
Sedutores e avarentos
Chamego assim nem carece de mais
Basta teu tato, teu amasso
Os incrementos que quero ter.

Gabriela


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Safadeza de canto


Ah que delícia tua safadeza
Tua conquista rasteira
Miúda, delinquente.
Puta que me torno
Nas tuas mãos e língua quente
Assim tudo que posso
É abrir-te as pernas
Pra que nelas me faças arte
Essa que me desata
Até o último canto indevido
Essa que me escava
Até onde eu possa sentir
Perdendo todo o sentido.
Que delícia tua safadeza
Impureza de alma
Mas que me traz a tempo
O furor e a calma
Num canto escondido 
Onde o amor se encarna
Onde te deixo entrar
Inclemente, te deixo entrar
Em cá dentro minhas vagas.
E me enrabas por debaixo das cobertas
Levanta a saia
Não há mais regras.
Fecho os olhos e só posso agora gemer
Sentir cacete a dentro se intrometer.
Em poucos minutos
Mas infinito mundo
Nós dois em pleno pecado
Mas que importa se gozado
Se gostado e se prazer?

Gabriela

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Por que o amor se foi


Por que  o amor me deixou
Nesse vazio imenso mar
De lágrimas rio inverno cá
De colo frio intenso açoite?

Por que o amor se foi
Nesses caminhos tão longe lá
Nesse delírio que em mim se dá
Nesses horizontes sem ter pernoites?

Por que o amor me deixou
Aqui tão só calada e só
Nesse cantinho sem taco de dó
Nesses poemas mil e uma noites?

Vou-me entregue à alma insana
Madrugadas tristes terrível insônia
Sabor de amarga fruta à sombra
De um coquetel a la minhas dores. 

Por que o amor, se ele é tão bom
Deixou-me à sós com meus batons
A enfeitar-me o rosto lúgubre
A afogar-me em mil queixumes?

Por que o amor resolveu se ir?
Por que não mais um pouco aqui?
Porque rio seco mar sem sal?
Porque caminho seco matagal?

Porque enfim?

Gabriela

Quarto em marfim


Eu fico assim
Pensando longas horas
Em como seria bom
Em teu corpo haver demora
Como gosto e como quero
Perder-me e encontrar-me
Investigar teus pontos íntimos
E em tua boca saciar-me
Mas nessas horas que eu gasto
Na ilusão de ter aqui
Muitas vezes me desgasto,
Sonho e perco todo o fim
Não há como nos contos
Aquele final feliz
Um encontro
Um abraço
Um olhar sem embaraço
Um sentimento enfim.
Fico então eu e a cama
As paredes, os tapetes, 
Camisolas e espelhos
Fico eu sem enredos
Neste quarto em marfim.

Gabriela

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Depois do amor


Depois do amor o que me vale
É ter a tua calma como cobertor
E como acréscimo um tanto de beijos
Mãos pelos cabelos,
Afago doce que me faz querida.
Depois do amor, palavras baixinhas
E olhar tranquilo
Como que a buscar explicações
Pra tantas sensações que nos puseram aqui
Nus, sem vergonha alguma
Do corpo que para tantos se veste
Mas que aqui se despe e se entrega.
Depois do amor
Me vale sentir teu esperma
Massageando entre as pernas
A pele ofegante de amar
E ali mesmo, depois de pouco se passar
Novamente te dar,
Dar mais gostoso ainda
Mais delicada ainda,
Mais sensível, faminta, aguçada.
Subindo outra vez em tua linda vara 
Que se aponta carinhosamente.
É nela que me sinto grande
Incomparável e imortal,
É nela que me liberto dos pudores
Dessas nossas castas
E sem regras e sem datas
Embarco em viagem astral.
Nela vejo estrelas brilhando nos olhos
Que fecham e entreolham teu semblante de prazer.
Sim, amor
É tão bom te ter
É tão bom poder depois disso tudo
Ouvir teu sussurro à beira do sono,
Esse sono que nos vira dono
Que se aproxima devagar
A nos dominar
Depois do bem amar
Que a vida nos deu.
Tão bom é estar assim
Leve
Após o amor que para nós viveu.

Gabriela

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Noite eterna de estrelas


Quero te penetrar, te sentir
Te dar o gozo das noites eternas
E amor dos dias de sol e chuva

Quero sentir teu calor
Doer de amor
Por dentro a penetrar-me
E afogar-me em teu sêmen bom

Quero te lambuzar, te lamber
A flor até sentir teu orvalho
Escorrer-me a boca e tuas pernas

Quero sentir a força bruta 
E amável de teus braços
E tronco a me cobrir
Quero te sentir
E me deixar dar assim como queiras
Livre, sem eira nem beira
Solta nesse instante que nos consome
Eu mulher, você homem
Nós inteiros como se quer
Desde que o tempo é tempo e nos faz viver

Te laçar com meu suor
Te beijar como se nunca fosse ter fim.

Então seremos um só
Como se houvéssemos sido projetados assim

E seríamos assim...
No eterno teto das estrelas

Seríamos assim
No esplêndido luar das noites belas
Seríamos nus, íntegros, personagens vivas
Inteiras do próprio consumo
E por fim, o sumo
De nossas frutas adocicadas a escorrer.

O sumo doce, escorrendo da tua flor
Esquentando tua pele
Para jamais deixar de seguir escorrendo

E escorrendo, indo célere
A umidificar lençóis floridos
Regando as florzinhas do caminho
Segue escorrendo... correndo.

Almar Olímpio (convidado) e Gabriela

Nosso êxtase


que dos teus seios
meus lábios se alimentem
que na tua mama
eu tenha o gozo
tua boca se lambuza
de uma vida escorrida
por todo corpo, por entre
as pernas
entre as existências...

Almar Olímpio (convidado)

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Pomar


Olha a fruta que pende
Da eterna macieira.
Sombreia os teus seios
Sob a árvore do pecado.
Eu insisto em  não ceder,
Mas já me surge o fato
Reto, duro. Desejo
O teu fruto entre as pernas.
Proibido. Que seja,
Por nosso suor escorrem os sumos. Por tua boca
vaza a saliva. Lambuza
O meu peito vacilante
Lambuzo o teu ventre
Pelo meu leite, escorre
Da tua fruta, sob a sombra
Cadente de uma macieira
Eterna.

Almar Olímpio (convidado)

domingo, 4 de outubro de 2015

Namorar


Gosto mesmo é te eriçar
Devagar, maldosamente
Beijar-te gostoso e safado
Ao passo que te marco
Com minhas mãos
Passeio, faço caminho
Vou te deixar nervoso
Excitação
Por isso aperto tudo
Encho a mão
Deixo o pau duro
Pra te maltratar e fazer doer
Palpita a cabecinha linda
Querendo da calça fugir
E noutro lugar se esconder
Mas aqui não...
Aqui não vamos transar
Se pudesse, subiria logo
Cavalgaria devagar
Engolindo todo ele em meu corpo
Ah... que gostoso
Vamos embora, agora
Quero te dar
Trepar sem vigilância
Solta nas tuas chances
Mas presa em teus enlaces
Fogosa, sou sim
Venha e me crave.

Gabriela

Sexy


Mulher
É essa tua sensualidade
Que de ti é nata
Que me faz avançar as regras
Ah se eu pudesse
Enfiar a mão entre tuas pernas
E as trazer cheirosas
De teus perfumes íntimos
Devem ser eles tão doces
E o sabor também tão bom
Nascidos dessas rosas vermelhas
Que te cobrem as cochas
E de tua rosa inquieta entre elas envolta
A palpitar ansiosamente por carinhos infindos
Ah mulher
É dessa tua sensualidade que o pecado nasce
A me levar pensar em ti
Ainda que conjugada
Ainda que unida a outras mãos e alma
Mas quero-te e importa muito pouco de onde vens
Teus olhos de desdém
E essa boca entreaberta
Fazem-me ir sonhar algo de bom
Ao teu lado, em bom tom
Em cama de motel
E me põem a pensar que poderei te dar
Momentos exasperados
De gritos bem gozados
E flores em orvalho louco
Quero-te, ainda que só um pouco
Pra te levar comigo em meu corpo
Gravada, riscada a unhas de teu esforço
Tentando alcançar o céu
Sim, mulher
Beberei teu mel escorrido
Lavarei teu rosto lívido de prazer
Com beijos e outros mimos
Para que nunca mais 
Possas tu me esquecer.

Rômulo Andrade

sábado, 3 de outubro de 2015

Foder


É essencial que eu te tome em mim
Um instante que passa aqui em frente
Meus olhos e meus sonhos
É imperioso te tenha
Antes de morrer de solidão
E tédio, e amargura e medo
Venha abrir-me as portas
De meu corpo e libertar-me
Desta angústia a me consumir
Eu sem sexo, sem prazer
Sem diluir-me nas noites que vem
Sem dosar meus talentos
Em pau sedutor
Resumo-me em nada
Abandonada à escuridão da madrugada
Socorre-me, pois que à deriva estou
Imensamente disposta a amar sem medidas
Infinitamente sedenta e eriçada
Excedida, desmedida
Faminta e dominadora
Quero encaixar-te em mim
No meu cantinho molhado
Escorrido e apertado
E te louvar a murmúrios de amor
Quero enlaçar-te e dominar-te
Dar-te a nutrir-se do quiseres
Mas que me deixes
Nutrir-me também do que me deres
De teu mastro
E tua boca faminta a me sorver
Ofereço-te, porque nesta hora não há regras
Frente e verso, reverso
O sexo
O foder.

É essencial que eu te dê.

Gabriela