Por dentro
Por dentro
É que acomodas a semente
É que me deixas dormente
E quente
Por dentro
A invadir-me imperioso
É que tu me encharcas a gozo
Que depois a seu tempo
De dentro a fora
Vai-se embora, a contento
Por dentro
Vermelhidão
De fricção, de vai e vem intenso
Por dentro o coração
Também vermelho e sedento
Depois do fogo, a saliva
A água fria
Dos lábios que se enfrentam
Por dentro
A força do ser que se arvora
Na hora do contentamento
Depois a fraqueza que se apavora
A prever o firmamento
Entre estrelas e descontroles
Dos amores e dores do prazer ardendo
Por dentro o morrer de glória
O eu e tu agora
O somos nós e mais ninguém
Por dentro e por fora
Um instante que reinvento
Por dentro te vais
E eu deixo
E eu quero
Quero o teu membro a me varar
Quero tua boca a degustar
Tuas mãos a me apertar
Teus olhos a se atreverem
Quero teu corpo a se perder no meu
Quero teu gosto a temperar meu céu
Queto teu cheiro a me perfumar
Quero por dentro, tua seiva e mel
A me adocicar
Gabriela