domingo, 31 de julho de 2016

Minha pequena


Como é doce esse amor
Minha pequena
Como é delicioso explorar
Teus singelos sorrisos
E me espelhar 
Nos teus olhos tão negros
Como há encanto nesse
Aspirar demorado
Que perfaço em teu pescoço
Tragando teu perfume
E de gosto
Enlaço minhas mãos nas tuas
E num abraço
Esse amor se aconchega
E acha ninho
Na nossa cama
Imune
De lençóis tão lisos
Quais logo logo
Se porão no chão
Pois expulsos por nossa dança
Em frenesi
A noite inteira
Eu em ti
Eu mergulhado em teus beijos
Embaraçado em teus cabelos
Apaixonado...
Apaixonado
Por cada suspiro ou grito
Que ecoa de teu prazer
Em mim, o teu desfalecer
Incontrolável e ao mesmo tempo
Tão puro
Que encanto!!
Que sonho te ter tão minha
Como se o amor fosse teu alimento
E o amor fosse teu alento
E teu abrigo
Tua esperança
Tua bonança
Tua alegria constante
Tão bom te amar, pequena
Tão bom me ver senhor 
Desses teus ais
Desses teus movimentos soltos por cima
E por baixo tão presos
Apertados... deliciosamente desejados 
Por meu membro que te quer
Que te ama
Que te recebe sem receios
E sem regras
Como é rico te amar
Minha pequena
Como é lindo te amar
Minha pequena
Minha flor tão bela
E rara.

Rômulo Andrade

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Encontro íntimo


Minha excitação começa
No toque dado
Por cima ainda da saia
Cortando caminhos por dentro
Indo a finco
No íntimo de tuas pernas
Persegue o desejo
E envereda
Encontra o cálice da paixão
E minha mão
Não exita, intrometida
Metida
Encontra-se rapidamente 
A te acariciar
De vagar e sempre
E nos teus olhos, o meu olhar
E lá por baixo
Eu não me farto de te encontrar
Porque é bom sentir
Teus pelos arranhando os dedos
E anunciando o prazer mais gostoso
Volto cheiroso
Desse cheiro doce
Que só mulheres cultivam
Esse cheiro leve
Cheio de amor
E é lá que vou ter contigo
Contando anedotas
Murmurando poesias
Te beijando a face 
E a tua menina
Porque eu te quero possuir
Porque já estou entregue
Já não pertenço a mim
Já sou posse tua.

Rômulo Andrade

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Nostalgia


Ainda fico atarefada
Com essas pequenas coisas
Dos dias de quem vive o comum
De quem cozinha o feijão
De quem tempera o peixe
De quem varre o quintal
E puxa os ramos indesejados
Ainda fico atarefada nos lençóis a dobrar
No chão que está sujo
E no copo d'água que precisa
De trago
Mas comigo eu trago
A imensa falta de tua essência
Em meus dias
Naqueles fins de dias
Em que eu te esperava
De camisola rendada
Sem nada por baixo
Esperava já na ânsia de te ter
Possuindo minhas reservas de amor
E bagunçando tudo
Que eu havia organizado em seus cantos
Ainda carrego no peito
A saudade de teus pêlos
Me incomodando a pele
De teu sorriso grande
De tuas brincadeiras soltas
E ainda mais
E muito mais
Da paixão que não contavas gotas
Que derramavas em dilúvio
De norte a sul do meu corpo
E de minha alma esperançosa
Eu te via entrar
Eu te via sair
Indo embora
Seguindo o rumo em que desejei estar
Mas é dos teus beijos
E teu gozo intenso
Que sinto falta
E que quero todo dia
A cada fim de dia
Num lampejo de sonho
Imortal que te espera sempre voltar.

Gabriela

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Saliente


Teu olhar não te esconde
Te declara
Te publica
Moça linda
Como és e sempre foi
Essa menina dengosa
Que de amor faz poesia
Faz prosa
Faz alegria
Teu olhar e teu andar
Essa faceirice de ser
Te denunciam ser mais que bela
Ser na cama bem singela
Ao ecoar teu prazer
Teu olhar e tua boca
Tão bem feita e sensual
Te dizem ser perfeita
Belamente, ninfeta
Não havendo coisa igual
Esses teus seios durinhos
Essas tuas nádegas 
Esse teu riso
Essas tuas pernas
Esse teu sim, esse teu não
Essas tuas roupas cheirosas
Esses tuas madeixas soltas
Essa tua cor
Essas tuas mãos
Tudo é tão claro sobre ti
Parece que tua alma
Foi escrita, lapidada
Em cada centímetro de ti mesma
Nesse teu jeito
Nessa tua marra
Que me deixa sem guarda
Sem defesa
Desse teu incrível jeito de me perturbar.

Rômulo Andrade

Sal e gozo


O sal de minhas lágrimas
Mistura-se à transparência do meu gozo
Derramado em noite alta
A enfrentar a solidão
E em tua memória dedico
Cada desmaio
Que solitária ensaio
Por já não mais me encontrar
Em tuas mãos
E meus olhos cansados
Da tristeza que se derrama
Olha agora o nada
Que se desenha pela casa
Pelas paredes
Pela cama
E bem perto eu sinto
Ainda tua presença linda
Sobre meus lençóis, bagunçado
Sobre minha mesa, esfomeado
Sobre minha grama, em agonia
Agonia de amor mais forte
Que já tiveste em tua coleção
Agonia de mulher que de sorte
Perfurou teu coração
E fez sangrar o amor
Proibido e sem rumo
Amor que se quis ventania
Mas qual o que, só morreria
Esbarrado em altos muros
E bem perto sinto ainda 
O meu ar sendo respirado
Na junção de nossas faces
Olho no olho
Na hora do orgasmo
E sinto ainda teu suor
Sendo meu agora e sempre
Sinto teu perfume
Sinto ainda teu ciúme
De alguém por entre a gente
E agora, por haver distância
Em altas horas em minha ânsia
De amar a ti de novo
Misturo o sal de minhas lágrimas
À transparência que se espalha
À fluidez do meu gozo.

Gabriela