segunda-feira, 18 de junho de 2018

Pelo gozo de todas as mulheres


O mundo se anima no gozo das mulheres
Elas fazem o mundo sorrir um tanto mais
Há questões sim
Há pedras, claro
Mas quando as mulheres gozam
Elas reclamam menos
E há mais coragem para os encalços
As mulheres precisam do rubro nos lábios
Daquela palpitação boa que dá
Daquele formigamento nos pés
E das borboletas alvoroçadas no estômago
Precisam daquele respirar ofegante
Da sensação de que a outro mundo se vai
Do desconectar com o chão
Com a Terra
E ir num céu que não se sabe
Não se vê
Não se dá pra lembrar
As mulheres precisam gozar
E sentir suas pernas tremerem 
De um nervoso bom
Aquele nervoso desejado
E buscado repetidamente
As mulheres precisam orvalhar
De suas flores deixar descer o sumo do prazer
E gemer
Gemer alto
Como se o mundo fosse espectador atento
Mas como se nada importasse
As mulheres precisam descer da altura de seus medos
E encostar nas possibilidades que estão perto
No seu corpo
No seu sexo
Nos seus líquidos
Nos seus cheiros
Precisam acariciar aquilo que é seu
E de mais ninguém é
Conquanto que se trate à base de muito amor
As mulheres precisam sentir mais prazer
Menos dor
Tatear a abóbada de seus desejos
Que mais próximos estão de seus dedos
E fazer festa lá por baixo
Onde mora a teoria clássica do auto prazer
E dizer sim
E se culpar menos
E se apropriar da própria pele
Entregue a elas desde o nascimento
As mulheres precisam amar mais suas curvas
Ou a falta delas
Precisa coroar seus pelos
Com o gozo que aos poucos se revela
E ter domínio de seus músculos
De seus movimentos
De suas estratégias
E gostar do que vê no espelho que não quebra
Que é aquele do auto-amor
Amar-se não quer dizer não amar mais ninguém
Mas amar-se tanto a ponto
De estar pronto 
Pra amar alguém
E com ele gozar
Entregar o céu dantes já visitado
E encaminhá-lo pelo chão já pisado
E avistar junto o céu do qual não se sabe nada
Além daquilo que se sente
E com ele depois ficar dormente
Com o corpo já cheio de sensações divinas
E alma cheia de carícias e lambidas
E toques e retoques de um gozo bom e merecido
Por todas as mulheres em suas vidas

Gabriela

domingo, 10 de junho de 2018

Corações separados


Meu amor,
Nosso amor está quieto,
Deixemo-lo se acalmar.
Assim, e só assim
Teremos paz
E poderemos continuar
Deixemos que as coisas voltem
À normalidade que um dia houve
Deixemos que as feridas sarem
E que nossos corações se perdoem
É preciso seguir a vida
Deixar o vento soprar 
E as folhas irem ao chão
É preciso não machucar
A delicadeza de um coração.
Vamos sentar e conversar
Sobre outros detalhes do mundo
Vamos ouvir o destino
Que não nos que ver de algum modo juntos
Vamos agradecer pelo nosso amor
Pelo tempo que compartilhamos
Pelas carícias, pelos beijos
E pelas risadas que gargalhamos
Foi tudo bom
Não há remorso
Apenas deixemos que o tempo passe
E que cure a saudade
Dos momentos que foram nossos.


Gabriela

sábado, 2 de junho de 2018

Desejo


Eu quero mesmo é que não pare
Continue com vontade por esses terrenos que buscou
Nessas preliminares vá em frente
Pela frente ou por onde for
Vá com calma, mas não sem fome
Quero mesmo é tua virilidade de homem
Quero mesmo é que me desmonte
Nesses teus recursos de amor

Ah! Eu desejo imensamente
Essa tua língua, essa tua mão benfazeja
Que por entre minhas pernas vem fazer danação
É delicioso o sentimento que sinto
Esse respirar longo, esse grito
Que ecoa por fora além do portão
Eu desejo é anunciar a todos
Que cá dentro se faz o gozo
Que é bom demais pra ser dito não

Digo sim, venha logo até antes da hora
Se despreparada estiver
O que mesmo importa?
Só entre e cumpra o dever de me amar
Só entre e sinta que lá fora não há nada
O mundo todo parou pra escutar
Nosso amor se fazer
Quero mesmo é que me tome em posse tua
E estando completamente nua
Afirme o prazer de nessa hora ser mulher

Gabriela


Nome tatuado em cor rubra na pele minha


Teu nome é tatuado em mim
Todo o meu corpo tem a tinta rubra do teu amor
A delicadeza dos traços
Mistura-se à força do impacto do teu amor
Teu nome ecoa
Ecoa junto aos sons de nossos gemidos
E sussurros nas horas de entrega
Teu nome é pedra
Irremovível
É veste que não se tira
Pela pele se aviva
Sempre
Teu nome vem à memória
Junto à agonia da saudade
Ah! Essa saudade! Essa distância
Essa estrada longa
Esse grande hífen
Teu nome vem doce como uma virgem
Mas avassalador como uma dama
É caso do acaso
Que naquele ano me ocorreu
É marca do abraço que naquela noite me deu
É rastro do beijo que você não escondeu
É romance, é drama
E eu vou revisitando cada imagem
Fotografada e arquivada na mente
Nós dois em desejo intermitente
Inquietação dos membros colados
Redemoinho dos olhos cerrados
A sentir todo o prazer do teu nome com o meu
Teu nome é veia que corre crua
É fissura, doçura, amargura desse constante adeus.

Gabriela