segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Sexo bom


Sexo bom é sexo rasgado
Profundo, desregrado
Sexo bom é aquele beijado
Nas preliminares acarinhado
Cheirado... comido a quente
Sexo bom é o sexo da gente
Assim feito amorzinho no começo
E depois em ardente, em desespero
É esse que eu te dou por entre as pernas
É esse que me dás conhecimento
Explodindo do pau como vulcão
E de mim como rio correndo
Sexo bom é o não negado, o doado
O conquistado
Quando se dá aceite
Mas nunca, nunca frio como gelo
Jamais inerte e calado
Deve ser sempre bem comido
Bem chupado
Bem amado, gozado em toda parte
Deve ser sempre algo à parte
Fazendo dos movimentos arte
Nessa vida corriqueira que vivemos.

Gabriela

sábado, 28 de novembro de 2015

Preparo


Dengosinha ela se coloca à prova
E certa de ser apanhada de jeito
Se asseia bem e se perfuma
Vai sacudir os medos 
Por janelas arregaçadas
E se enfeita tão bela
Com calcinhas rendadas
A preto, sua cor preferida.
Vai a retirar da virilha
Os incômodos em penugens
Retira tudo, para que se desnude
E bela vista cause ao bom amante
Para que sua boca inquieta
Possa felicitar-lhe em lambidas.
E que então
Se danem as regras e etiquetas
Pois que sexo se fez para se ter.
Paus certeiros
Bundas e bucetas
Se fizeram pra se foder.
Foder nas horas vagas
Ou em horários roubados do trabalho
Diário, chato, imbecil.
Sexo se fez para ser viril
A qualquer tempo pronto
Para viver.
E é por isso que a mulher
Prepara suas partes pudendas
E o corpo inteiro,
Pois que ao doar-se deve então
Exalar cheiros tão bons
Quanto seu feromônio sensual
E imagens tão deliciosas
Quanto o prazer que ministra
E cativa, e deixa escorrer.


Gabriela

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Flor fecunda



Olho o tempo passar
No contar do suor gasto
No lençol ainda quente.
E o que restou ali,
Além do amor intenso,
Do teu mel despejado na cama
Do meu leite, em jato,
Fecundando tua flor
E o lamber do mamilo
O grito e a morte
Por um pequeno segundo
Esquecido do mundo.
E ainda cavalgas,
Doidamente sobre mim
Indo para onde nunca sei
E deixando-me o lençol suado
E o gozo deitado na cama.

Almar Olímpio (convidado)

sábado, 14 de novembro de 2015

No mais profundo


No mais profundo,
Quero sentir tua flor roçando
Desrespeitosa
Meu falo rígido que te invade
Por toda eternidade,
Banhando-te do leite morno
Vindo do meu desejo.
Foda quente
Deleita, moça.
Teus quadris em cio
Sentindo o peso do meu pau,
Entrando, entrando.
Socando mais e mais,
Glande vermelha,
Gozo forte, jato nervoso
Te melando o grelo,
Te escorrendo as pernas
Marcando a tua sempre
Como minha.

Almar Olímpio (convidado)

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Viagem



Onde eu estava
Estava frio
Lá amor não morava
Corpo e corpo não casava
Não tinha cio
Não tinha força
Não tinha nada
Lá onde eu estava
Estava eu e o silêncio louco
A tua memória
Nossa história
Estava o vazio
Não tinha mimos
Morava o sopro
De solidão
Vastidão.
Lá onde eu estava
Tudo faltava
Do mais essencial
Faltava a voz
A palavra mansa
Faltava nós
Amor na cama
A mão incerta
A boca esperta
Lençóis em chama.
Por isso vim tão logo pude
Corri a cidade
Enfrentei gigantes
Criei coragem
E fui avante
Até que então
Cheguei aqui.
E não há frio, nem solidão
Nem vastidão em vazio
Encontrei consolo
No teu colo
Nos teus olhos
No teu corpo
No teu carinho.

Gabriela


domingo, 8 de novembro de 2015

Amores desamores


Nenhum dos amores que se te afiguram
Se fazem de fato amor pra ti
Pois que amor não vai embora
De costume se demora
Ou promete algo feliz.
Mas enfim, criança,
Os amores que se te afiançam
Não se aliançam, não te querem
Nem sequer para algo simples
A cometer alguns deslizes,
Levar a passear, 
Fazer mostrar, causar rumores,
Esses amores te querem um tanto como beija-flor
Chegam bem rápido
E em voo célere
Vão-se a beijar por aí outras rosas 
Mais belas e mais dispostas
Sob promessas de eterno amor.
Só tu, criança,
Não tens o direito de te beberem o mel e ficar,
Só tu, criança, foste feita pra não se amar
Nem o corpo belo, nem os seios e cintura,
Foste feita, me parece, para aventuras
Sem mais nada que se afigure a apaixonar.
Os que tu queres vão-se todos,
Novos e antigos amores,
Fogem como caça, acuada,
Se escondem e nunca achas,
De forma alguma
Foste pensada para que te amem
Por ti e só por ti
Amor gostoso, de espírito e corpo
Amor enfim.


Rômulo Andrade

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

"O amor físico é essencial"


Dizia o poeta então
Que o amor físico era essencial.
E de fato que é sim, meu bem,
É essencial.
Não duvido um nada,
Nem um sopro sequer
Pois que destes territórios meus
Posso com propriedade falar.
Se neles me falta
A presença intensa do membro viril,
Ponho-me rápido a divagar
A sentir-me seca demais pra viver no mundo.
E se me faltam ainda mais os beijos,
E se me faltam os ensejos
De vir aqui a tomar-me,
Encontro-me rápida a suspirar impaciente
Para que a demora logo passe.
Logo se vá.
E se tuas palavras baixinho
Bem próximo ao ouvido
Deixarem de soar,
Logo imensa saudade invade a alma
A inquietude, a falta
A tua falta,
Do teu amor físico
E de tua capacidade de deixar-me feliz
Radiante e viçosa.
O poeta não errou,
Nem erro eu em dizer
Que essas horas longas de solidão
Nesses territórios meus
Fazem-me menos bela e satisfeita.
Portanto, não esqueça,
Tens compromisso inadiável
Para com meus lábios
Meus impulsos, 
Meus domínios
E o corpo inteiro que te impele o trato.

Gabriela