sexta-feira, 3 de abril de 2015

Corpografia


Onde estão teus encantos
Que me roubavam suspiros?
Foram eles morar onde?
Em que lugar distante resolveram dormir?
Por acaso não mais sirvo a teus deleites?
Acaso não conto mais entre teus homens?
Acaso perdeste a intenção?
Nessa hora aqui comigo e tuas lembranças
Mais quero de novo sentir tua pele em fogo.
Pouco importa se queres muito ou pouco,
Pra mim importa quase nada
Se de novo engolir-me em tua boca,
Se de novo guardar-me entre tuas pernas,
Se de novo rasgar-me com tuas unhas
E marcar-me a golpes de prazer.
De teus encantos de diva
Quero o domínio de novo
E outra vez poder te mapear,
E outra vez poder inventar teus desesperos
Na hora que mais quiseres amar.
Sim, mulher,
Mais um instante que sem fim fosse,
Gostaria de poder adentrar à tua casa,
Sentar-me em teu berço farto
Que a tantos conquistou.
Mas onde?
Onde se escondem agora os teus calores,
Onde se embriagam agora teus amores?
Serei o último a resistir e a implorar?
Sopra de novo em mim teu hálito bom,
Vem em mim e me leves contigo,
Pouco importa se fores jogar-me fora de novo,
Contanto que a teus pés me deixes cair,
E à tua vulva me deixes beijar.
Contanto que teu gosto,
Esse gosto que guardas entre teu andar,
Possa outra vez de mim roubar delírios.


Possa de novo me ofuscar.

Rômulo Andrade

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