sexta-feira, 22 de maio de 2015

Desejo descabido


Tarde da noite eu penso...
Tão bom seria se eu não pensasse
Ao menos isso não pensasse.
Mas eu penso e isso me invade,
Tão bom seria se eu não sentisse
Essa invasão eu não sentisse.
Mas fato é que eu sinto e não tem jeito
Esse meu desejo descabido
Esse maldito desejo...
É porque imagino-me livre
Sem amarras, sem regras
Mas eu volto a visão e vejo
As grades enfeitando as janelas...
Mas eu recuo e vejo
As rosas vermelhas morrendo amarelas.
E por fora eu sou tão séria
Nem parece que me faço
Muitas vezes de perversão,
Nem parece que sou imperfeita
E que de certa maneira
Não impeço a imperfeição.
Quem me vê não me vê e é verdade,
Não enxerga minhas insanidades,
Mas vê a mulher de todo dia,
Tão movimentada e tão fria
Querendo fogo nos lençóis,
Nos lábios, nos braços
No entre nós...
E eu te falo, falo tudo quanto sinto,
Que não deveria sentir,
Muito menos dizer.
Mas eu te falo, falo tudo quanto penso,
Que não deveria pensar nem fazer...
Mas eu penso, sinto, necessito,
Esse desejo descabido
Impossível de se entender.
E se eu pudesse, encarnaria Brigitte,
Cleópatra, Jane Birkin,
Viveria o prazer...
Mas que ninguém saiba,
Porque a verdade me diz outra verdade:

Fique, não pense, não sinta, não deseje.

Gabriela

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