sábado, 11 de junho de 2016

Clandestino


O amor que nasceu em nossos olhos
Resolveu entrar sala adentro
E visitar a cozinha e as panelas
Tomar banho, se demorar no leito
Mas sem nunca abrir janelas
Sem nunca publlicar beijos
O amor que nasceu em nossos olhos
Resolveu visitar-me sempre
Em dias de semana, em fins
E se desnudava com nossas 
Calças e roupas íntimas
Estendendo-se pelo chão
Ou enfeitando o colchão
Mas então, enfim
Clandestino,
Proibido,
Escondido
Limitação.
Só ser visto entre quatro paredes
E só sentido no coração
E nos encontros incontroláveis
Nossa sede matávamos
Mas ser sabido, não.
Não dava ser visto em outros olhos
Não cabia declaração.
Mas o amor era bom
Único. Incomparável
Cravejado de emoção
Amor de tempero bom
De mão firme
Boca quente
Sexo viril
Amor que só ele bastava
Que só dele gozava
Como nunca se viu
Mas o amor era
Clandestino era
Proibido era
Por isso partiu.

Gabriela

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