quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Ave de rapina


Há consciência em mim
De que vieste como águia de rapina
E na noite minha entraste
Faminto
Caçador
Buscando  fácil amor
Rápido
Gostoso
Voador
Teu encontro em mim
Esse encostar de pele
Efêmero como o vento
Que circula no espaço
Fácil
Rápido
Conquistador
E em qualquer cama me impele
Com palavras pequenas ao ouvido
PermitiVou permitindo o corpo isso viver
Sem correntes
Sem endereço
Sem definição
Apenas atração
Por querer
Noite que se apaga
Que os dias comem
Noite deitada em cama redonda
Refletida no teto
Noite de insônia
De banho conjugado
De lugar pago
Fácil
Rápido
Só pelo prazer de estar
E conectar os corpos
Sem alma
Só do apelo da carne
Que a monotonia da semana
Pôs a comportar-se
Leva-me, ave
De rapina, me cace
Sem céu
Me ataque
E sim, 
Faça-me voar e viver.

Gabriela

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