quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Bela fêmea


A bela fêmea deve amar
Ainda quando seus seios tão rijos não sejam
Deve dar-se ainda quando a pele seja tecido fino
E a juventude tenha ido deitar-se a dormir
A bela fêmea
Deve amar para manter o brilho
O viço da boca
O olhar vivo
Deve amar porque é sempre possível
Deixar o corpo sentir 
O que a alma quer
Deve ser beijada
Abraçada
Possuída sem meios tons
Deve anda enfeitar-se
Encarnar-se de batom
Ainda em salto se equilibrar
A bela fêmea
Não precisa de nada mais que amar
Só amar
Na liberdade de quem conquistou a vida
Na certeza de quem já perdeu as dúvidas
Na intensidade de quem já amou demais
Na beleza de quem não nega paixão
E dela eu vejo a pele de novo tremer
Ouço ainda os gemidos de prazer
O entregar-se
O ser mulher
Na nudez de minha razão
Que a percebe linda
Reluzente
Sólida ao derreter-se
No meu coração.

Rômulo Andrade 

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