quinta-feira, 30 de julho de 2015

Doce senhora


Minha doce senhora
O que preciso fazer para ter o prazer
Do deleite em teu colo?
Que palavras devo dizer
E de que maneira uso
Meus olhos
Nos teus olhos que se avergonham
Sob tamanha insistência?
Que flores por aí devo colher 
E que presentes poderei ofertar?
O que devo eu pensar?

Diga-me
Terei eu a honra de assentar-me junto a ti
E deixar voar alguns poemas?
Algum momento estarei na ventura
De apertar tua cintura
Pra afrouxar os meus dilemas?
Terei chance alguma
De aconchegar-me na tua boca
E embeber-me de tua saliva?
Acaso estarei um dia
A esquecer meus dissabores
E as saudades de teu corpo desconhecido
E de teus dotes nunca sentidos
Tuas celulites e estrias?

Diga-me ó doce senhora
O que urge eu providenciar
Para a ti agradar?
Que energias do universo devo instigar?
Que poderes queres que te envie?
Serve eu como senhor do tempo
E parar esse mundo todo?
Serve um gole de amor
E paixão enfática de tira-gosto?
Serve eu gritar teu nome
E a ti contemplar eternamente?
Serve acaso eu ajoelhar-me
E dos pequenos dedos subir infinitamente
Até alcançar levemente teus pelos
Cheirá-los, cheirá-los?
Serve eu prosseguir viagem
E a teu segredo desvendar?
Beijar-te os pequenos e grandes lábios
E com meus dedos acariciá-los
E tomá-los para mim como relíquia?
Serve acaso eu andar em frente
E encontrar umbigo e seios belos?
Serve deles me servir
E a ti possuir sem demasia de apelos?

Ó diga-me senhora!
Que propriedades da matéria e do etéreo
Devo eu incomodar
Para enfim deitar-me em tua cama
E ouvir de ti que me amas, que amas
Que te posso amar?

Diga-me

Rômulo Andrade

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