domingo, 8 de maio de 2016

Aos teus pés


Bela senhora
Aguardo
 
Os lindos pés a me tocar
São eles tão majestosos
Inspiradores
Com faceirice tem andado
Nos caminhos da vida
Espinhosos
Mas de intensos amores
E rumo a meu quarto
Quero que te ponhas
E dê cabo às minhas dores
Aos meus anseios
Que se desnudam como eu
À tua espera
Senhora, bela
De pesinhos delicados
Cheirosos aos teus cremes
E perfumes outros
Quero que te dirijas até aqui
E me encontres
Calça, mulher
Teu sapato de salto tão fino
E segue o destino
De pôr no canto minhas vontades
Reveste teus lindos pés
A teu gosto
Mas vem aqui desnudá-los
Quero-os à minha frente
A enfeitar a vista cansada
A vida enfadada
Meu peito largo, minha fé
Dá-me teus pés
Para que eu os oscule cada pedacinho
Para que os traga o sabor à boca
Para que sejam
O começo de um tempo infindo
Tempo esse que se embriaga
Nos teus pés tão imponentes
Irreverentes
A largar longe os saltos
A deixar bem lá
Qualquer sandália
E vem
Nus
Inteiramente nus
Feito a dona que se altiva
E cada peça que lhe cobre retira
Retira e joga
Joga no chão do quarto
Os restos de seu pudor
E com os pés tão firmes
Ela firma em meu peito
Suas marcas de amor
Massageia. Passageia
Faz doer o prazer que é
Mas é. E pronto
E de pronto estou eu
Alto para lhe receber
De onde estou
A vista enxerga a rosa fértil
Lisa, encantadora
Que de lá brilha
 
Ansiosa para se ver preenchida
Ela toda
E antes mesmo que ao menos pense
Vou eu devagar e sempre
Aos pés rastejar-me
Vou tê-los indefesos
 

Sentir cada um dos dedos
E o cheiro bom a inebriar-me
Ah que prazer imenso
Que me dá, bela senhora
Nessa hora
O meu membro vai a se entender contigo
E a boca que antes beijou-te os pés
Corre rápida a beber de tua boca
Olhos se fecham
E já somos um e outro sem razão
Na entrega que não tem escolha
No instantes que dela não precisa
Tua pele recebe a minha com vontade
E nossos pés agora dialogam
E prometem amar-se
Nossa toda constituição se rende
E o melhores sussurros
Se ouvem ao longe
Rômulo Andrade


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