domingo, 8 de maio de 2016

Deixar-me ir nos teus insultos


O que será de mim
Diga, por favor
O que será de mim depois daquele amor?
Como irei continuar?
Com que cara vou te olhar?
Como não mais te desejar
E em meu corpo não te querer?
Como irei viver
Na lembrança que habita em mim
Teu sabor em mim derramado
E meu ser em ti abandonado
Como irei me reaver?
Como seguirei minhas trilhas
Se você me roubou o controle
Se me pôs presa em tua ilha
Nessa ilha de teus amores?
Como irei me reencontrar
E me resguardar de teu perigo?
Como, se em teus beijos
Viajei universos outros
E me perdi feito barco à deriva
Feito louca na noite perdida
Sem reservas
Sem pudores
Sem títulos
Sem regras
Sem ética e coisa e tal?
Como irei caminhar agora
Se nesse instante se me arvora
Desejo sem igual?
Minha pele anseia a tua
Meu sexo espera te guardar
Minha boca implora teu tempero
E meus cabelos de novo desalinhar.
Eu quero de novo a mim mesma
Te retirar de mim o mais rápido
Desesperadamente preciso que não me queiras
Que me deixes ir em paz
Não mais. Porque não posso
Não devo me fazer de pecados
Não me é lícito te ter entre os braços
E querer morar em ti
Não me cabe te ter emprestado
Não é bom te querer assim
Preciso esquecer tuas mãos
E tua língua e tua mansuetude
Preciso deixar passar tua sedução
E tua força e teu perfume
Preciso me achar nesses escombros
Unir meus cacos
E seguir adiante
Preciso de tranquilidade
Sem ansiar pela felicidade
Que é me deixar ir nos teus insultos.
Gabriela

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