segunda-feira, 25 de julho de 2016

Nostalgia


Ainda fico atarefada
Com essas pequenas coisas
Dos dias de quem vive o comum
De quem cozinha o feijão
De quem tempera o peixe
De quem varre o quintal
E puxa os ramos indesejados
Ainda fico atarefada nos lençóis a dobrar
No chão que está sujo
E no copo d'água que precisa
De trago
Mas comigo eu trago
A imensa falta de tua essência
Em meus dias
Naqueles fins de dias
Em que eu te esperava
De camisola rendada
Sem nada por baixo
Esperava já na ânsia de te ter
Possuindo minhas reservas de amor
E bagunçando tudo
Que eu havia organizado em seus cantos
Ainda carrego no peito
A saudade de teus pêlos
Me incomodando a pele
De teu sorriso grande
De tuas brincadeiras soltas
E ainda mais
E muito mais
Da paixão que não contavas gotas
Que derramavas em dilúvio
De norte a sul do meu corpo
E de minha alma esperançosa
Eu te via entrar
Eu te via sair
Indo embora
Seguindo o rumo em que desejei estar
Mas é dos teus beijos
E teu gozo intenso
Que sinto falta
E que quero todo dia
A cada fim de dia
Num lampejo de sonho
Imortal que te espera sempre voltar.

Gabriela

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