quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Amor à vista


Vou te cobrir as vergonhas, mocinha
E não deixarei que as violem
Com esses olhos de fome
Com que te apreciam tanto.
Não deixarei que saboreiem
Teu mel encantador
Nem que te sintam primeiramente
A contorcer-se de prazer
Numa cama que não seja a minha
Não permitirei que te vejam
Perfumada qual uma flor,
Nua, crua e atraente
De xoxota lisinha.
Para não te roubarem 
Vou te fortificar os muros
Que isolam do atentado
Aos teus pudores
E os deixarei protegidos
Por mim guarnecidos
Sem o perigo de te levarem
Pra longe, sob pretexto de amores.
Quero-te toda em meus sonhos
E não deixarei que voes  noutros ventos
A deixar-me em desalento
Perdido em obsessões
Por isso
Vou cortar tuas asas
Regando teus olhos a rosas vermelhas
Arando teu peito com pequenas sutilezas
Acariciando teu ego com verbetes e canções
E quando tiveres por mim cativada
Enfim irei feliz
A conhecer tuas entradas
Calmo, mas exultante
Lavando-me a alma com teus fluxos
E encantando-me com teus ais.
Enfim abrirei portões, seguro que não te vais
E que deixarás eu te cobrir de beijos
Do mínimo dedo aos seios bons
E por muito tempo ficaremos
A nos estudar um no outro
Se, ofensivas danosas 
Daqueles que ora te pretendem também.

Rômulo Andrade


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