sábado, 3 de outubro de 2015

Foder


É essencial que eu te tome em mim
Um instante que passa aqui em frente
Meus olhos e meus sonhos
É imperioso te tenha
Antes de morrer de solidão
E tédio, e amargura e medo
Venha abrir-me as portas
De meu corpo e libertar-me
Desta angústia a me consumir
Eu sem sexo, sem prazer
Sem diluir-me nas noites que vem
Sem dosar meus talentos
Em pau sedutor
Resumo-me em nada
Abandonada à escuridão da madrugada
Socorre-me, pois que à deriva estou
Imensamente disposta a amar sem medidas
Infinitamente sedenta e eriçada
Excedida, desmedida
Faminta e dominadora
Quero encaixar-te em mim
No meu cantinho molhado
Escorrido e apertado
E te louvar a murmúrios de amor
Quero enlaçar-te e dominar-te
Dar-te a nutrir-se do quiseres
Mas que me deixes
Nutrir-me também do que me deres
De teu mastro
E tua boca faminta a me sorver
Ofereço-te, porque nesta hora não há regras
Frente e verso, reverso
O sexo
O foder.

É essencial que eu te dê.

Gabriela

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