terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Em sabor de fogo



Na docilidade de tua boca experimento
O sabor do fogo
E ele é invencível em mim quando se instala.
Ao dedilhar tranquilo de tuas extremidades
Meu corpo reage
E borbulha lentamente,
Mas quente,
A escorrer coxa abaixo,
A banhar as colchas incertas já.
Não há roupa que se aguente
Nem botão que se guarde,
Não há medo que se supere
Nem pudor que não desate.
Não há suspiro que não grite
Não há olhos que não fechem,
Não há gemido que morra
Não há boca que se aquiete.
É tudo então um embaraço de soluços
E palavras desconexas,
Um não viver mas viver profundo,
Um encontrar-se ao perder-se.
É tudo então uma confusão de mãos
E grunhidos ora abafados ora loucos,
É tudo então o sufoco
Que amante algum a ele se negue.

E no leito banhado de gozo

Encontro o sabor do fogo,
Encontro o sabor do amor.

Gabriela

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